O JornalDentistry em 2017-4-05
Uma característica importante do sistema imunológico é a sua capacidade de fazer a distinção entre células normais e as células estranhas ao organismo. Isso permite ao sistema imunológico atacar apenas as células estranhas, não agindo sobre as células normais.
Para isso usa “Checkpoint” - moléculas em certas células imunes que precisam ser ativadas (ou inativadas) para
iniciar uma resposta imune. As células cancerosas, encontram por vezes maneiras de usar esses pontos de verificação
para evitarem ser atacadas pelo sistema imunológico. As drogas que visam esses “Checkpoint” são uma esperança no
tratamentos do cancro.
Fármacos que têm como alvo PD-1 ou PD-L1
PD-1 é uma proteína de controle das células imunes denominadas células T. Normalmente age como um tipo de "off switch"
que ajuda a evitar que as células T ataquem outras células do corpo. Faz isso quando se liga a uma proteína PD-L1 em
algumas células normais (e cancerígenas). Quando a PD-1 se liga a uma PD-L1, basicamente informa a célula T a deixar a
outra célula sozinha. Algumas células cancerosas têm grandes quantidades de PD-L1, o que os ajuda a evitar um ataque imunológico.
Os anticorpos monoclonais que visam a PD-1 ou a PD-L1 podem aumentar a resposta imunológica contra as células
cancerosas e mostraram um enorme potencial para o tratamento de certos cancros.
Inibidores de PD-1:
— Pembrolizumab............ (Keytruda)®
— Nivolumab............ (Opdivo)®
Estes fármacos demonstraram ser úteis no tratamento de vários tipos de cancro, incluindo melanoma da pele, cancro do
pulmão, cancro do rim, cancro da cabeça e do pescoço e linfoma de Hodgkin. Está a ser estudada a sua aplicação contra
muitos outros tipos de cancro
Inibidores de PD-L1:
— Atezolizumab.........(Tecentriq)®
Este fármaco é utilizado para tratar o cancro da bexiga e está também a ser estudado a sua utilização contra outros tipos
de cancro.
Uma preocupação com estas drogas é que podem permitir que o sistema imunológico ataque alguns órgãos saudáveis, o
que pode levar a graves efeitos colaterais. Os efeitos secundários comuns destes medicamentos podem incluir fadiga, tosse, náuseas, perda de apetite, erupção cutânea e comichão.
Menos frequentemente eles podem causar problemas mais sérios nos pulmões, intestinos, fígado, rins, glândulas hormonais ou outros órgãos.
Muitos outros fármacos que visam PD-1 ou PD-L1 estão agora a ser testados em ensaios clínicos sozinhos ou em combinação
com outros fármacos.
Fármaco dirigido à CTLA-4
— Ipilimumab........ (Yervoy)®
A CTLA-4 é outra proteína que em algumas células T atua como um tipo de "off switch" para manter o sistema imunológico sob controle, Ipilimumab é um anticorpo monoclonal que se liga a CTLA-4 e impede-a de funcionarr. Isso pode aumentar a resposta imune do corpo contra células cancerosas.
Este medicamento é utilizado para tratar melanoma da pele. Está também a ser estudado para utilização contra outros cancros.
Como o ipilimumab afeta o sistema imunológico, às vezes pode causar efeitos colaterais sérios ou mesmo fatais. De facto, em comparação com fármacos que visam PD-1 ou PD-L1 os efeitos secundários mais graves parecem ser mais prováveis com Iipilimumab.
Fonte: Oral Cancer Foundation
Foto:® Can Stock Photo
Artigo original: oralcancerfoundation.org/treatment/