O Relatório
State of Mouth Cancer UK 2020/21 informa que no ano passado 8.722 pessoas foram diagnosticadas com cancro da boca. E estima-se que 2.702 pessoas morreram devido à doença. São 58% e 48%, respectivamente, de há uma década.
A deteção precoce e a rápida referenciação para o tratamento fazem uma enorme diferença para os doentes com cancro oral, aumenta a sobrevivência de 50% para 90%.
Mas mesmo antes da pandemia, a maioria dos pacientes foi diagnosticada numa fase tardia. Isto significa que precisaram de tratamentos agressivos e experimentam maus resultados clínicos.
Por que os resultados são tão maus? Os pacientes muitas vezes desconhecem o cancro oral e os seus sintomas, quando procuram ajuda já é tarde. Os médicos dentistas não realizam exames suficientes de tecidos moles. E muitos pacientes não frequentam consultas dentárias regularmente; seja por escolha ou por limitações de acesso.
Impacto do COVID-19 no cancro oral.
A crise COVID-19 só agravou a situação dificultando os cuidados dentários rotineiros.
Embora os consultórios dentárias já estejam reaberto, a frequência ainda está muito abaixo dos níveis pré-COVID.
Enquanto os médicos dentistas se concentram em tratamentos urgentes, podem não verificar sinais e sintomas de cancro oral.
De acordo com um dos maiores NHS trusts da Inglaterra, as referências caíram 65% após o início dos confinamentos. Isto sugere que milhares de pacientes vivem com cancros orais não diagnosticados, e portanto, estamos a perder oportunidades para deteção precoce.
A pandemia também pode ter um impacto a longo prazo na incidência do cancro oral.
Durante os confinamentos, algumas pessoas envolveram-se mais frequentemente em comportamentos conhecidos que são fatores de risco conhecidos, como fumar e beber em excesso.
Em alguna casos houve também interropção na entrega integral da vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (VPH), outro fator de risco importante.
Os médicos dentistas têm um papel vital na melhoria dos resultados do cancro oral, um enorme esforço é necessário para conter o aumento dos casos e melhorar os resultados para os pacientes.
Os médicos dentistas devem manter-se vigilantes e manter-se atualizados para garantir os melhores cuidados aos doentes com cancro oral, é vital que os médicos dentistas permaneçam vigilantes na verificação e na comunicação de acordo com as orientações clínicas.
Do ponto de vista dento legal, é importante manter registos detalhados. Incluir resultados positivos e negativos de exames intra e extra-orais.
Os médicos dentistas devem manter um conhecimento atualizado sobre o cancro oral e como detetá-lo.
https://www.doctors.net.uk/eClientopen/CRUK/oral_cancer_toolkit_2015_open/
A BDA (British Dental Association) fornece um valioso
kit de ferramentas para o cancro oral, desenvolvido em parceria com a Cancer Research UK, bem como uma série de cursos e webinars sobre o tema.