O JornalDentistry em 2017-12-03
Estudo realizado pela Universidade de Basileia, pesquisadores investigaram como as bactérias cariogénicas conseguem sobreviver na placa dentária, apesar das condições hostis.
Os resultados mostraram que quanto mais cálcio as bactérias cariogénicas dissolvem, maior será a tolerância ao cálcio e a capacidade de sobrevivência das bactérias no biofilme.
No processo de cárie, as bactérias cariogénicas no biofilme causam a difusão do cálcio para fora do esmalte. A dissolução do cálcio aumenta a concentração de cálcio localmente, criando um ambiente hostil à vida bacteriana.
A pesquisa focou-se no processo das bactérias tolerarem altos níveis de cálcio e teorizaram que os exopolissacarídeos (EPSs) excretados por bactérias cariogénicas ajudem a adaptação das espécies às condições locais pela ligação ao cálcio.
EPSs consistem em resíduos de açúcares insolúveis e formam o suporte do biofilme, assegurando que as bactérias permaneça aderentes à superfície do dente.
Os resultados do estudo mostraram que os EPSs desempenham um papel central na tolerância ao cálcio pelas bactérias cariogénicas na placa dental pela ligação de cálcio. Demonstraram também que os EPSs possuem um elevado número de sítios de ligação ao cálcio através dos quais podem integrar o cálcio livre no biofilme, neutralizando assim os efeitos tóxicos.
Segundo o Dr. Monika Astašov-Frauenhoffer, do centro universitário de medicina dentária, a integração de cálcio não só ajuda as bactérias cariogénicas a sobreviver no biofilme, mas também é a causa das cáries.
Igualmente a integração de cálcio no EPSs inibe a remineralização do esmalte, por não haver quantidade suficiente de cálcio livre presente na placa. A descoberta é importante para obter uma melhor compreensão da regulação do cálcio na cárie.
Fonte: PLOS ONE JOURNAL outubro 2017
Estudo: - “Exopolysaccharides regulate calcium flow in cariogenic biofilms”