O JornalDentistry em 2018-2-19
Para além dos procedimentos clínicos devem os médicos dentistas perguntar aos seus pacientes sobre a suas vidas sexual, a fim de prevenir o cancro oral causado pelo vírus do papiloma humano (HPV)?
Um relatório recente publicado pelo Journal of the American Dental Association destacou que era importante que os médicos dentistas verificassem ativamente a boca dos seus pacientes para detetar sinais cancro provocados pelo HPV.
Nas infeções sexualmente transmissíveis (ITS) as mais comuns são causadas pelo HPV que é transmitido por sexo vaginal, anal e oral.
O estudo envolveu quatro grupos foco com um total de 33 médicos dentistas e mostrou que muitos médicos dentistas não sabiam como abordar o tema do cancro causado pelo HPV.
As pessoas portadoras do HPV podem não apresentar sintomas e a maioria das pessoas com o vírus não sofre problemas de saúde, de acordo com o US Center for Disease Control. Nalguns casos podem descobrir que estão infetados depois de terem desenvolvido problemas mais sérios causados HPV, como por exemplo cancro, adverte o site do US CDC.
Cera de 93% dos casos de cancro oral são evitáveis segundo o Cancer Research UK. Mais de 12.000 casos de cancros de cabeça e pescoço foram diagnosticados de acordo com as últimas estatísticas a partir de 2015, com mais de 2.300 pessoas a morreram naquele ano devido a esse problema.
O cancro oral pode ocorrer em qualquer lugar da cabeça e do pescoço, incluindo a língua, os lábios, as glândulas salivares e até a garganta, comentou à IBTimes UK o
Dr. Eddie Coyle diretor clínico da Bupa Dental Care. "Há uma série de sintomas que os pacientes devem procurar, que incluem feridas e inchaço dentro ou ao redor da boca que não se cura ou sangra, úlceras na boca persistentes, grumos persistentes nas gânglios linfáticos no pescoço ou na boca; dor na língua; mudanças na voz ou fala; perda de peso inexplicada: dor de garganta e dificuldade em mastigar ou engolir.
No entanto, o Dr. Coyle enfatizou que é importante estar ciente de que frequentemente os sintomas do cancro oral, são similares aos sinais de condições menos graves. Recomenda-se que se consulte um médico dentista ou um médico se os sinais durarem mais de duas semanas.
O estudo provocou manchetes sugerindo que os médicos dentistas devem perguntar aos pacientes sobre a sua história sexual.
No entanto, a autora principa do estudo l Ellen Daley, da Universidade do Sul da Flórida, disse à Newsweek que uma pessoa portadora de HPV ao ter conhecimento pode ficar ansiosa desnecessariamente, pois pode nunca ter cancro. Os clínicos devem, em vez disso, concentrar-se na prevenção, incluindo o aconselhamento aos pacientes para serem vacinados contra o HPV. Em consonância com este conselho, a British Dental Association está liderando os pedidos ao governo do Reino Unido para estender o seu programa de vacinação contra o HPV para raparigas e rapazes.
"Os médicos dentistas estão na linha de frente na batalha contra o cancro oral e são muitas vezes os primeiros a detetar os sinais reveladores" disse o presidente da BDA, Mick Armstrong, ao IBTimes UK. "O HPV está alimentar esta doença evitável, um assassino que pode ter uma taxa de sobrevivência de 90%, mas apenas se for detetado cedo. "Os homens não estão protegidos do HPV através de programas de vacinação. "Essas perguntas sobre a vida sexula seriam redundantes se o governo finalmente incluísse os homens no programa de vacinação contra o HPV” .
Fonte: Oral cancer Foundation e www.ibtimes.co.uk
Autor: Kashmira Gander
Artigo original da OCF: “Should dentists ask their patients about their sexual health to fight cancer?”
Nota da redação: — A vacina para o HPV foi integrada no Programa Nacional de Vacinação em outubro de 2008 para jovens com 13 anos de idade. Em 2014 foi alterado podendo as raparigas entre os 10 e 13 anos serem vacinadas ao abrigo do plano Nacional de Vacinação. Os rapazes continuam a não estarem integrados neste plano de vacinação contra o HPV.