O JornalDentistry em 2016-3-17
Um estudo realizado por investigadores ingleses encontrou ligações entre a doença da gengivas e um aumento da taxa de declínio cognitivo em pacientes com estágios iniciais da doença de Alzheimer.
O estudo foi conduzido conjuntamente pela University of Southampton e pelo King’s College London.
A periodontite é uma doença comum em pessoas idosas e pode tornar-se mais frequente na doença de Alzheimer por causa da redução da capacidade de cuidar da higiene oral. Em estudos anteriores, níveis mais elevados de anticorpos contra bactérias periodontais eram associados a um aumento dos níveis de moléculas inflamatórias noutras partes do corpo, que por sua vez eram associada a maiores taxas de declínio cognitivo na doença de Alzheimer.
No estudo mais recente, publicado na revista PLOS ONEeste ano, realizado para determinar se a periodontite está associada com o aumento da gravidade da demência e subsequentemente de maior progressão no declínio cognitivo em pessoas com doença de Alzheimer.
No estudo foram observados, 59 participantes com ligeira a moderada doença de Alzheimer. Os participantes foram avaliado cognitivamente e amostras de sangue foram retiradas para medir os bio marcadores inflamatórios no sangue. A saúde oral dos participantes foi avaliada por médicos dentistas sem atender aos resultados cognitivos. A maioria dos participantes (52) foram acompanhados durante seis meses, e no fim desse período reavaliados.
A presença da doença da gengivas no início do estudo foi associado com um aumento de seis vezes da taxa de declínio cognitivo nos participantes durante o período do estudo e acompanhamento (Seis meses). Os autores concluiram que a doença periodontal está associada a um aumento no declínio cognitivo na doença de Alzheimer, possivelmente devido ao mecanismos de resposta ao processos inflamatórios do organismo.
As limitações do estudo são o pequeno número de participantes, os autores recomendam que o estudo deve ser replicado com um grupo maior de pacientes. Os mecanismos precisos pelos quais a doença das gengivas pode estar ligados ao declínio cognitivo não são totalmente claros e também outros fatores pode desempenhar um papel no declínio cognitivo dos participantes juntamente com a sua saúde oral.
No entanto, cada vez mais evidências a partir de um número de estudos liga a resposta inflamatória do corpo a um aumento das taxas de declínio cognitivo, sugerindo que valia a pena verificar se o tratamento da doença das gengivas pode também beneficiar o tratamento de demência e da doença de Alzheimer.
Fonte: University of Southampton
Artigo original:
“Link between gum disease and cognitive decline in Alzheimer’s”
Adaptação: OJD
www.southampton.ac.uk/news/2016/03/gum-disease-alzheimers.page
Referências:
Mark Ide, Marina Harris, Annette Stevens, Rebecca Sussams, Viv Hopkins, David Culliford, James Fuller, Paul Ibbett, Rachel Raybould, Rhodri Thomas, Ursula Puenter, Jessica Teeling, V. Hugh Perry, Clive Holmes.