O JornalDentistry em 2017-4-06
Uma sensação de dor ardente - e tratamentos que não funcionam, são o dia a dia de pessoas que sofrem de estomatite aftosa recorrente. Uma nova investigação lança luzes sobre as razões desta condição.
Segundo Maria Bankvall, Médica Dentista e pesquisadora com pós-doutoramento em Medicina Dentária, há muitos equívocos sobre a estomatite aftosa e embora estes pacientes sofram bastante com esta patologia os cuidado são muitas vezes negligenciados. Estes pacientes apresentam geralmente dificuldades em comer e falar e podem ter incapacidade de trabalhar ou frequentar as aulas.
As bolhas orais, feridas ou aftas são palavras normalmente usadas para descrever este tipo específico de lesão, que em termos médicos é chamado de estomatite aftosa recorrente (EAR). Esta condição é considerada uma das lesões mais comuns da mucosa oral e é encontrada em todo o mundo.
As lesões têm uma aparência típica com um halo vermelho que envolve uma área esbranquiçada e podem aparecer em qualquer parte da mucosa oral não queratinizada.
Muitas causas diferentes
As lesões podem ser incapacitante para qualquer pessoa afetada. Hoje não há cura, utilizam-se estratégias de tratamento destinadas a aliviar os sintomas.
Durante muito tempo, acreditou-se que esta condição era devido a um vírus, da mesma forma que o herpes oral, e muitos Médicos Dentistas e Clínicos Gerais tratavam a estomatite aftosa e o herpes da mesma maneira,devido a haver em certos casos dificuldade em distinguir clinicamente as duas condições. O paciente recebe frequentemente medicação antiviral, que é um tratamento adequado para o herpes mas que não alivia a estomatite aftosa.
A estomatite aftosa recorrente provavelmente não deverá ser considerado como uma doença específica, mas como um sintoma geral do organismo devido a um desequilíbrio tal como uma dor de cabeça ou febre. A pesquisa aponta para o fato de que há grande complexidade e múltiplos fatores interagindo.
A hereditária é um fator importante, bem como a flora bacteriana da boca o sistema imunológico e os fatores ambientais. A tese da Dra.Maria Bankvall, apresenta um quadro teórico de causalidade baseado em pesquisa existente e em estudos próprios sobre pacientes.
Genes e flora bacteriana
Vários genes diferentes foram identificados como sendo de importância. A pesquisa também mostra que a flora bacteriana na mucosa oral saudável parece diferir em pessoas com estomatite aftosa.
Um certo subgrupo de pacientes também pode sofrer de uma alergia alimentar, mas não se sabe muito sobre os mecanismos de tolerância na boca. A importância do sistema imunológico na cavidade oral também foi estudada na tese, inicialmente com experiências em ratos.
Fonte: University of Gothenburg
Artigo original: www.sciencedaily.com/releases
Tese de Maria Maria Bankvall: gupea.ub.gu.se/handle/2077/48668