O JornalDentistry em 2018-1-15

ARTIGOS

Os anestésicos gerais fazem mais do que induzir o sono

Uma nova compreensão sobre as formas complexas de como os anestésicos gerais atuam no cérebro pode eventualmente levar à criação de melhores medicamentos para a cirurgia.

Ainda não está claro como funciona a anestesia geral, embora seja um dos procedimentos médicos mais comuns em todo o mundo. O pesquisador da Universidade de Queensland, o prof. associado Bruno van Swinderen, disse que sua equipe havia anulado a compreensão que havia anterior sobre o que e anestesia geral fazia ao cérebro, achando que as drogas fazem muito mais do que induzir o sono.

 Bruno van Swinderen e equipa analisaram os efeitos do Propofol - uma das drogas anestésicas gerais mais comuns usadas durante a cirurgia em relação à  libertação sináptica,  o mecanismo pelo qual os neurónios  ou células nervosas  se comunicam entre si.

De acordo com van Swinderen sabemos de pesquisas anteriores que anestésicos gerais, incluindo Propofol, atuam sobre sistemas de sono no cérebro, de maneira semelhante a uma pílula para dormir, mas o novo estudo descobriu que o Propofol também interrompe os mecanismos pré-sinápticos, provavelmente afetando a comunicação entre os neurónios em todo o cérebro de forma sistemática o que difere de apenas estar adormecido. Desta forma, os efeitos são muito diferente de uma pílula para dormir. 

O estudo mostrou que o Propofol restringe o movimento de uma proteína chave (Sintaxina1A) necessária para sinapses de todos os neurónios. Essa restrição leva à diminuição da comunicação entre os neurónios no cérebro. 

Esta descoberta contribuiu para se entender como funcionavam os anestésicos gerais e poderá explicar por que é que as pessoas experimentavam descoordenação e desorientação depois de sair de uma cirurgia. 

Os investigadores acham que a interrupção generalizada da conectividade sináptica - as vias de comunicação do cérebro - é o que torna possível a cirurgia, embora anestesia efetiva, como o Propofol, deixe o paciente dormir primeiro. 

A descoberta tem implicações para pessoas cuja conectividade cerebral é vulnerável, por exemplo em crianças cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento ou para pessoas com doença de Alzheimer ou Parkinson. 

Nunca se entendeu por que a anestesia geral às vezes é problemática para os jovens e para os idosos, o mecanismo recentemente descoberto pode ser um dos motivo. 

O professor van Swinderen acha ser necessária mais pesquisa para determinar se os anestésicos gerais tem um efeitos duradouros nesses grupos vulneráveis de pessoas. 

Estudar esses efeitos em sistemas de modelos como ratos e moscas pode permitir abordar essas questões manipulando os mecanismos prováveis envolvidos, o que não poderia fazer em humanos. 

A pesquisa envolveu o laboratório do professor Frederic Meunier na QBI, onde as técnicas de microscopia de súper resolução permitiram aos pesquisadores entender como o anestésico funcionava em células isoladas.

Fonte: University of Queensland/ScienceDaily

Artigo original: "General anesthetics do more than put you to sleep"

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