O JornalDentistry em 2022-8-25
Estudo sobre a prevalência no desenvolvimento de anomalias dentárias entre sobreviventes de cancro infantil consoante o tipos de tratamento anti-cancerígeno
Já se sabia adultos sujeitos a tratamento anti-cancerígeno podem vir a desenvolver anomalias dentárias (DDAs). No havia contudo pesquisas a sobre os efeitos de qualquer tratamento específico contra o cancro na saúde oral.
Recentemente pesquisadores de Israel descobriram que as anomalias do desenvolvimento dentário (DDAs) diferem nos sobreviventes de cancro infantil, dependendo do tipo de tratamento oncológico administrado. O estudo pode ajudar a identificar as crianças sujeitas a tratamento oncológico e que podem vir a desenvolver problemas dentários.
O estudo, examinou os dentes permanentes de 121 indivíduos submetidos a tratamento anti-cancerígeno com menos de 18 anos. Todos os participantes receberam exames gerais anuais, incluindo o exame da cavidade oral, entre 2017 e 2019. Os participante foram avaliaram em relação à prevalência de DDAs de acordo com os tipos de tratamento (Quimioterapia, radioterapia e cirurgia) e tipo de doença durante o tratamento assim com idade.
Foram observados DDAs em 46% dos participantes num total de 9% dos dentes. As anormalidades incluíram hipodontia e microdontia, desenvolvimento radicular e danos na estrutura do esmalte, retenção excessiva de dentes decíduos, impacção, erupção prematura, diminuição da mobilidade da articulação temporomandibular, dificuldades em abrir a boca e deformidades faciais e nos maxilares.
Entre os participantes, as crianças que receberam quimioterapia sem radiação tiveram uma prevalência de 43% de DDAs, as que receberam radioterapia a prevalência de DDAs foi de 52% e aquelas que receberam radioterapia de cabeça e pescoço tiveram uma prevalência impressionante de 60%. O estudo também relatou que os participantes do sexo feminino tiveram uma maior incidência de microdontia, enquanto os participantes do sexo masculino tiveram mais dentes cariados.
Além disso, o número de dentes com malformações foi maior em pacientes que receberam apenas quimioterapia com 6 anos ou menos. Os pesquisadores não encontraram nenhum agente de quimioterapia específico que pudesse estar relacionado a um risco aumentado de efeitos colaterais dentários.
“O tratamento do cancro infantil é uma história de sucesso da medicina moderna”, disse a autora principal, No entanto, as crianças parecem ser particularmente vulneráveis aos efeitos nocivos da radioterapia e quimioterapia. Essa população crescente de sobreviventes de cancro infantil e adulto jovem requer atenção considerável da comunidade médica e de medicina dentária.
Os resultados do estudo destacam a importância do atendimento dentário para indivíduos que receberam tratamento oncológico antes dos 6 anos, principalmente se combinado com radioterapia na região da cabeça ou pescoço.
O estudo, intitulado “The prevalence of dental developmental anomalies among childhood cancer survivors according to types of anticancer treatment”, no Scientific Reports em 2022.