O JornalDentistry em 2016-1-28
Um estudo revela como os médicos dentista poderão administra o anestésico usando uma corrente elétrica fraca, em vez de uma agulha.
Segundo os pesquisadores da Universidade de São Paulo, as novas descobertas poderão ajudar a melhorar os procedimentos de medicina dentária e trazer alívio a milhões de pessoas que têm medo de agulhas. O sistema permite reduzir custos e evitar contaminação e infeção.
Os médicos dentistas têm muitas vezes que realizar procedimentos invasivos e dolorosos na boca, para minimizar o desconforto dos pacientes usam anestésicos que bloqueiam a dor, administrados através de agulhas. Muitos pacientes tem medo de injeções, adiando e até cancelar as visitas ao médico dentista.
Para estes doentes, é necessária uma etapa adicional, o médico dentistas tem que primeiro dar-lhes um analgésico tópico para reduzir a dor - e o medo associado - causados pela agulha. IO analgésico pode ser aplicado sob a forma de hidrogel, unguento ou pulverização, os mais comuns são hidrogéis que podem conter lidocaína e prilocaína.
No novo estudo os pesquisadores investigaram uma maneira de tornar esses anestésicos tópicos mais eficaz no corpo e ver se poderiam substituir as agulhas completamente. Descobriram que a aplicação de uma corrente elétrica fraca - um processo chamado iontoforese - torna os anestésicos mais eficazes.
Primeiro os pesquisadores prepararam os hidrogéis anestésicos com um polímero para ajudá-lo a manter-se no revestimento da boca, acrescentaram duas drogas anestésicas, cloridrato de prilocaína (PCL) e cloridrato de lidocaína (LCL), e testaram o gel sobre a mucosa da boca de um porco, aplicando-se uma pequena corrente eléctrica para tornar o efeito do anestésico mais eficaz.
A anestesia foi de ação rápida e de longa duração. A corrente elétrica fez o cloridrato de prilocaína entrar no corpo de forma mais eficaz; a permeação do anestésico através da mucosa da boca aumentou 12 vezes.
Os pesquisadores acham que esta tecnologia poderá ter aplicações não só na anestesia oral, mas também em outras áreas, tais como o tratamento do cancro.
Os investigadores planeiam desenvolver um dispositivo iontoforético para utilizar especificamente na boca e a proceder ensaios pré-clínicos com o sistema.
Fontes: Artigo “Needle-free buccal anesthesia using iontophoresis and amino amide salts combined in a mucoadhesive formulation”, publicado no Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, 2015; Elsevier
Autores: Camila Cubayachi, Renê Oliveira do Couto, Cristiane Masetto de Gaitani, Vinícius Pedrazzi, Osvaldo de Freitas, Renata Fonseca Vianna Lopez.
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