O JornalDentistry em 2017-10-16
A pesquisa comparou a perceção de médicos dentistas, cirurgiões maxilofaciais, artistas visuais e leigos ao avaliar a influência do posicionamento sagital da mandíbula, em vista lateral, na atratividade facial, na empregabilidade e na perceção do perfil socioeconómico.
Os perfis considerados mais atrativos também foram os mais apontados como favoráveis à contratação para um emprego e com melhor condição socioeconómica.
A posição da mandíbula – mais para frente ou mais para trás – influencia na atratividade facial, na contratação para um emprego e na perceção da condição socioeconómica dos indivíduos. Foi o que constatou um estudo realizado por um grupo de pesquisadores do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), publicado na Dental Press Journal ofOrthodontics, volume 22, número 3. A pesquisa foi liderada pela professora Hallissa Simplício Gomes Pereira, professora adjunta da UFRN.
Um homem negro, um homem branco, uma mulher negra e uma mulher branca com faces harmónicas serviram como modelos para obtenção de uma fotografia de perfil facial. Cada fotografia obtida foi digitalmente manipulada para a obtenção de sete perfis faciais: um ideal, três simulando avanço mandibular e três simulando retração mandibular, originando 28 fotografias. Estas fotografias foram avaliadas por meio de um questionário por quatro grupos de avaliadores: médicos dentistas, cirurgiões maxilofaciais, artistas visuais e leigos
Os resultados demonstraram que a posição da mandíbula teve forte influência sobre o quão agradável é considerada a face de um indivíduo. Os perfis apontados como mais atrativos também foram considerados como mais favoráveis à contratação para vaga de um emprego. Poucas diferenças significativas entre os diferentes grupos de avaliadores foram observadas.
“Nota-se, portanto, estreita relação da atratividade facial com uma maior facilidade das pessoas para se conseguir um emprego”, dizem os autores, no texto. Quando se questionou qual dos perfis aparentava ter melhor condição socioeconómica, observou-se que, de modo geral, os mesmos perfis escolhidos como mais atrativos e merecedores de vagas de emprego foram os apontados como os mais elevados na escala socioeconómica. Dessa forma, o estudo lança luz sobre a importância da Ortodontia no contexto social.
Outros autores já haviam realizado estudos semelhantes. No entanto, nenhum deles avaliou a influência na perceção do perfil socioeconómico. Outro aspeto interessante da pesquisa é a inclusão do grupo de artistas visuais, profissionais que não dispõem da formação técnica de ortodontistas e cirurgiões, mas que também baseiam o julgamento em princípios estéticos.
Autor: Hallissa Simplício Gomes Pereira. Professora adjunta da UFRN, Natal, RN, Brasil. hallissa@hotmail.com
Fonte: DentalPress — www.dentalpress.com.br
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