Inteligência artificial na prevenção do cancro oral, uma visão do futuro próximo

O cancro oral pode afetar qualquer parte da cavidade oral, incluindo os lábios, língua, bochechas, fundo do vestíbulo, palato duro ou mole, osso, seios maxilares, garganta e estru- turas anexas. Os sintomas podem ser variados ou, inclusive, assintomáticos, e pode incluir lesões brancas ou vermelhas, dor persistente, dificuldade ou desconforto ao engolir e alterações na voz.
Os fatores de risco para o cancro oral podem incluir o uso de tabaco e álcool, infeção por vírus, como o vírus do papiloma humano (HPV), exposição excessiva ao sol, dieta inflamatória e histórico familiar.
A prevenção do cancro oral envolve evitar fatores de risco conhecidos, a manutenção de uma boa higiene oral e realizar observações intra-orais regulares, que podem ajudar na deteção precoce da doença. O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, substâncias naturais específicas para o tipo de cancro do paciente ou uma combinação desses.
Hoje em dia, com o avanço galopante da tecnologia, tem-se desenvolvido sistemas de diagnóstico que utilizam a inteligência artificial para o diagnóstico do cancro oral. De seguida irei expor brevemente alguns exemplos nos quais a inteligência artificial nos pode auxiliar na luta contra o cancro oral.
1. **Imagem e reconhecimento de padrões**: A inteligência artificial pode ser treinada para reconhecer padrões em imagens médicas, como radiografias, tomografias com- putadorizadas (CBCT) e ressonâncias magnéticas. Isso pode ajudar a identificar sinais precoces de cancro oral que podem ser difíceis para o olho humano detetar.
2. **Análise de dados em grande escala**: A inteligência artificial pode analisar grandes quantidades de dados de pacientes, incluindo históricos médicos, resultados de testes e outros fatores de risco, para identificar padrões que podem indicar um risco aumentado de cancro oral.
3. **Diagnóstico assistido por inteligência artificial**: Alguns sistemas de inteligência artificial podem fornecer aos médicos um “segundo parecer” ao diagnosticar o cancro oral. Isto pode ajudar a reduzir erros de diagnóstico e garantir que os pacientes recebem o tratamento de que precisam o mais rápido possível.
4. **Previsão de prognóstico**: A inteligência artificial também pode ser usada para prever o prognóstico de pacientes com cancro oral, ajudando os médicos a persona- lizar o tratamento para cada paciente de uma forma mais específica e eficaz.
5. **Pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e suplementos**: A inteligência artificial pode acelerar o processo de pesquisa e desenvolvimento de novos medica- mentos para o cancro oral, incluindo substâncias naturais, analisando rapidamente grandes volumes de dados de pesquisa e identificando compostos promissores para cada tipo de cancro. Em breve também será possível, utilizando a inteligência artificial, selecionar quais deles são mais eficazes, dependendo do tipo de cancro e padrão genético e epigenético do paciente.

É importante notar que, embora a inteligência artificial tenha um grande potencial para melhorar a deteção e o tratamento do cancro oral, ainda está num estágio rela- tivamente inicial de desenvolvimento e implementação nesta área. Além disso, a IA é uma ferramenta para auxiliar os médicos e não para substituí-los. A experiência e a opinião clínica dos médicos continuam a ser fundamentais para o diagnóstico e tratamento eficazes do cancro oral.