O futuro da DTM e Dor Orofacial no II Congresso da SPDOF: Lisboa

Depois do incrível sucesso do I Congresso da SPDOF em Coimbra, a fasquia estava muito alta e, nove meses depois, viemos para o Sul do País e edificar oque gostaríamos que fosse o melhor, mais abrangente e mais prático Congresso sobre uma área tão interessante como a Dor Orofacial e a Disfunção Temporomandibular.
Surgiu, assim, o II Congresso da SPDOF: O Futuro.
Quero contar-vos neste editorial a história deste Congresso.
A dificuldade inicial era suplantar o I Congresso, que foi realizado em Coimbra, na Cidade Portuguesa do conhecimento, com um programa científico verdadeiramente fantástico. Assim, quando me desafiaram para ser presidente da Comissão Organizadora, disse de imediato que gostaria que tratássemos do futuro da Disfunção Temporomandibular e da Dor Orofacial. Começámos a desenhar, juntamente com a comissão científica, um programa ideal, completamente multidisciplinar, com oradores muito conceituados e novas estrelas de diferentes áreas em dois auditórios. O objetivo era estabelecermos um programa que permitisse promover a discussão
e estabelecer novos protocolos clínicos e guidelines claras relativamente a vários temas, mais ou menos polémicos, relacionados com a DTM e a Dor Orofacial. E posso revelar-vos que não mexemos no esboço inicial do programa, ou seja, não tivemos que recorrer a nenhuma segunda hipótese: todos os oradores aceitaram o convite de imediato e só assim conseguimos explicar este programa científico, que muito tem sido elogiado e reconhecido.
Outro desafio a que nos propusemos no segundo ano de vida deste Congresso é a possibilidade dos colegas apresentarem os seus trabalhos. Assim, temos quatro categorias a concurso: “Melhor poster e comunicação oral para investigação” e “Melhor poster e comunicação oral para caso clínico. Deste modo, aumentamos ainda mais o nível científico do evento. E recebemos já trabalhos altamente inovadores e de diferentes áreas, como a cirurgia maxilofacial, fisioterapia, medicina dentária ou psicologia. Outro dos nossos grandes objetivos prende-se com a internacionalização do Congresso, que está bem patente nos trabalhos que temos recebido, que vêm de sítios tão distintos como Áustria, Itália e Brasil.
Dada a importância deste evento, a Ordem dos Médicos Dentistas concedeu acreditação científica e a Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, a Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica e a Sociedade Portuguesa de Terapeutas da Fala, proporcionaram patrocínio científico. O reconhecimento internacional aliou-se também ao Congresso, contando com o apoio da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial e da Saudi Dental Society. Em termos de palestrantes, temos de salientar nomes como o Prof. Doutor Manfredinni (Medicina Dentária - Itália), Dr. Jacinto San Roman (Cirurgia Maxilo-Facial – Espanha), Prof. Doutor Mariano Rocabado (Fisioterapia - Chile), Doutor António Mano Azul (Medicina Dentária-Portugal), Dr. António Matos da Fonseca (Cirurgia Maxilo-Facial– Portugal), Dr. David Sanz (Cirurgia Maxilo-Facial), Dr. Tiago Rocha (Fisioterapia-Portugal), Dr. Rafael Tardin (Fisioterapia – Brasil) Doutora Ana Cardoso de Oliveira (Piscologia – Portugal).
Outro ponto fulcral e de extrema relevância é a particularidade, de neste Congresso, haver a possibilidade de se participar em workshops. Referência mundial na Fisioterapia, o Prof. Doutor Mariano Rocabado irá realizar um workshop com o tema “Plano Oclusal transverso, relação congruente crânio-vertebral e disfunção temporomandibular”. Neste workshop pretende-se ministrar conhecimentos teórico-práticos sobre a avaliação e tratamento de utentes com disfunções neuro-músculo-esqueléticas crânio-mandibulares, crânio-cervicais e dor facial. O outro workshop será ministrado pelo Prof. Doutor Eduardo Januzzi, que apresenta um currículo internacional bastante reconhecido, estando já a preparar especificamente para o Congresso da SPDOF um workshop sobre viscosuplementação com ácido hialurónico da Articulação Temporomandibular.
Sendo Lisboa uma das cidades de excelência para turismo e convívio, organizámos um programa social para que todos possam conhecer a cidade. Dedicámos a noite de 18 de março ao jantar oficial do Congresso, onde todos os conferencistas e congressistas estão convidados a participar, e a festa oficial do Congresso decorrerá a 19 de março.
Relativamente à SPDOF, o nosso plano para 2016 e 2017 passa por apostar na formação contínua, com o objetivo de chegar a todas as classes que se veem representadas na nossa Sociedade. Procuramos, ainda, uma aproximação muito grande da Sociedade aos médicos de família e aos utentes, para educar e informar sobre a Disfunção Temporomandibular e a Dor Orofacial.
Estamos certos que, apesar da nossa idade muito jovem, estamos a avançar a passos muito largos para um reconhecimento nacional e internacional muito seguro.