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Administrador da Clínica Dentária Infante Sagres, da Clínica Dentária dos Carvalhos e da Labdent - Laboratório de Prótese Dentária, o Prof. Doutor Fernando Almeida
conta ainda no seu currículo com um projeto de formação que batizou com as suas iniciais e que criou pelo apego ao ensino. O seu percurso como médico dentista é ainda marcado pelo doutoramento em implantologia, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, em 2006, por vários artigos científicos publicados em revista nacionais e internacionais.
O Jornal Dentistry- Como avalia o seu percurso profissional até ao momento?
Prof. Doutor Fernando Almeida - Sempre em crescendo, desde 1981, quando me licenciei. Desde aí nunca mais parei.
Já perdi a conta às horas de estudo e às centenas de formações.
Continuo a ler, a aprender e a aperfeiçoar-me em técnicas de Regeneração Óssea Guiada, implantologia e dentisteria adesiva, que são as minhas áreas preferidas.
Qual considera ter sido o seu maior desafio?
Superar a dificuldade extrema de falar em público e comunicar bem e à vontade. Hoje em dia é uma alegria poder falar e partilhar tantas “histórias” e conhecimento adquirido.
Que momento elegeria como o mais marcante na sua carreira?
Sem dúvida o doutoramento, em 2006. Foi realizado com a orientação de grandes mestres, desde o Prof. Bo Rangert da Universidade de Gotemburgo (já falecido) e o Professor Doutor Fernando Branco da FMDUP. Tive um mestre de quem sempre me lembro, o Professor António Gonzalez, que foi sem dúvida quem me estimulou
muito, sempre acreditou que eu poderia “voar”.
Como avalia o estado atual da implantologia e como evoluirá a especialidade, na sua opinião? Que paradigmas estão a mudar?
O paradigma da carga imediata. Em tempos, era considerado a revolução nas reabilitações sobre implantes, hoje percebe-se que não é aconselhável em todos os casos, sendo até por vezes prejudicial.
A interação entre a periodontologia e os implantes e os novos biomateriais têm mudado a visão histórica da implantologia. Os tecidos moles e não só o osso parecem cada vez mais importantes na manutenção a longo prazo. E esta pequena evolução silenciosa, mas tão boa da zircónia, seja em parciais ou totais, mudou muito e facilitou a eficácia e precisão pelo CAD/CAM. Aspiramos a não fazer moldes mas digitalizar com scanner a breve prazo. Estamos ansiosos.
Porque decidiu enveredar por esta área? O que o atrai na implantologia e na reabilitação oral?
O facto de ser radical, desafiante e novo. O antes e o depois é estrondoso,
o sentimento de felicidade por parte dos pacientes motiva bastante.
Além de que o resultado final mostra sempre o lado da arte e da escultura
que esta área tem e que me fascina.
Em pouco tempo, por vezes em meia dúzia de horas, mudamos radicalmente a vida de um paciente.
Que balanço faz da atividade do Centro de Formação Fernando Almeida?
É um prazer fazer parte deste grupo renovado, capaz, ágile jovem. Para nós é um desafio aliciante acompanhar a evolução da tecnologia e da ciência, de forma a que as nossas formações sejam sólidas, válidas e aliciantes para os nossos formandos.
O que motivou a criação deste Centro de Formação? O que o tem diferenciado e o que podemos esperar no futuro?
Motivou-me o gosto que tenho por ensinar. Ter um Centro de Formação é oficializar a minha incessante procura pelo novo, a minha constante leitura e atualização em técnicas e produtos. Em relação ao futuro, podem contar comigo como uma personagem disponível e irreverente e à procura de melhorar sempre. Conviver com colegas novos cheios de energia e sabedoria é um prazer muito grande.
Como vê a evolução da profissão e da prática clínica, sobretudo em implantologia, numa altura em que os pacientes estão cada vez mais informados e exigentes?
A implantologia é cada vez mais ousada e abrangente em cada clínica dentária. Doentes exigentes pedem médicos exigentes e isso parece-me ser um bom presságio.
Uma maior esperança de vida exige que muitas pessoas sejam reabilitadas para manter uma ótima qualidade de vida e os implantes, assim como a reabilitação estética com facetas, têm um papel muito importante.
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