16º Congresso da European Academy of Pediatric Dentistry (EAPD) pela primeira vez em Portugal

O evento é organizado pela Sociedade Espanhola de Odontopediatria (SEOP) em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Odontopediatria (SPOP). O JornalDentistry falou com Ana Coelho membro da comissão organizadora sobre esta colaboração. 

O JornalDentistry —  Como surgiu a possibilidade de se organizar a 16a edição do congresso da European Academy of Paediatric Dentistry em Lisboa? É a primeira vez que este congresso se realiza em Portugal? 

A Academia Europeia de Odontopediatria (EAPD) possui um longo e frutuoso registo de organização de congressos científicos de elevada qualidade, dedicados à área de espe- cialidade de Odontopediatria e que constituem congressos de referência a nível mundial. Tem sido uma regra relati- vamente constante a realização bianual de um grande congresso internacional, sendo que no ano em que não decorre o congresso, a EAPD organiza um workshop que explora um só tema científico, com interesse especialmente pertinente para a área de Odontopediatria. 

Para vos dar um pouco a perspetiva histórica da maioria dos congressos científicos realizados, o primeiro congresso da EAPD remota ao ano de 1992, nos Países Baixos, segui- do pelo congresso na Grécia (1994), Bélgica (1996), Itália (1998), Irlanda (2002), Espanha (2004), Croácia (2008), Reino Unido (2010), França (2012), Polónia (2014), Sérvia (2016) e Suíça (2018). No ano 2020, estava previsto que o congresso decorresse de forma presencial na Noruega, mas decorreu em modalidade online, fruto da pandemia provocada pela COVID-19. Para responder diretamente à segunda parte da sua questão, sim, é a primeira vez que Portugal recebe um congresso da EAPD, o que nos enche de orgulho, e com a feliz coincidência de retomarmos a modalidade presencial, em grandes eventos científicos. 

A candidatura por parte de um país europeu em rece- ber e co-organizar um congresso da EAPD é iniciada com grande antecedência, pelo menos quatro anos antes do ano da realização do congresso. Um dos médicos dentistas que foi impulsionador da candidatura portuguesa foi o Dr. Luís Pedro Ferreira, especialista em Odontopediatria e, que na altura era Council Científico por Portugal. 

Uma vez submetida, há uma apreciação minuciosa da candidatura por parte da EAPD: a título de exemplo, deve reunir informação muito vasta, como a cidade proposta, acessos por via aérea a partir de todos os países europeus, rede de hotéis para acomodação, opções para a sede de realização do congresso, restaurantes e outras opções que se adequem ao programa social, que é sempre organizado em simultâneo, dedicado aos congressistas, mas também acompanhantes. 

O JornalDentistry — Quais as expetativas em relação ao número de participantes? Os médicos dentistas generalistas também costumam participar neste congresso? 

Tradicionalmente, os congressos da EAPD têm um elevado número de participantes. Neste 16o congresso da EAPD, acreditamos que o número de participantes seja particularmente elevado, tendo em conta vários fatores: o congresso resul- ta de uma organização conjunta entre a EAPD – Academia Europeia de Odontopediatria, SPOP – Sociedade Portuguesa de Odontopediatria e SEOP – Sociedade Espanhola de Odontopediatria, este congresso coincide com o ano da reto- ma destes eventos ao regime presencial, será realizado no verão e em Lisboa, que é uma das capitais europeias muito apetecíveis para turismo, o que trará sem dúvida um eleva- do número de congressistas internacionais. Também acre- dito que vamos ter um número expressivo de congressistas nacionais, face à criação do Colégio de Odontopediatria e ao reconhecimento recente, por parte da OMD da Especialidade de Odontopediatria.  Tal como sugere o tema do congresso, quais são os “novos caminhos” e para onde caminha a odontopediatria?

O JornalDentistry —  Que temas destacam do programa científico? Haverá palestrantes portugueses? 

A Odontopediatria é uma especialidade muito ampla, que reúne diversas áreas de conhecimento: medicina preventiva, dentisteria e cariologia, endodontia, traumatologia, cirurgia, imagiologia, entre outras. De uma forma natural e lógica, os novos caminhos e avanços em Odontopediatria seguem as mais recentes inovações em todas estas áreas terapêuticas e de diagnóstico. Apenas como exemplo, os avanços nos biomateriais têm aplicabilidade nas técnicas de restauração e tratamentos pulpares em Odontopediatria. 

O programa científico traz até nós palestrantes interna- cionalmente reconhecidos em diversas áreas. De facto, os temas em destaque neste congresso espelham alguns dos avanços recentes nas áreas de traumatologia, biomateriais, terapia pulpar em dentes permanentes jovens, controlo de comportamento, dentisteria com recurso a tecnologia digital, ou ainda a ortodontia com recurso a tecnologia Invisalign. 

Serão ainda abordados diversos temas muito pertinentes, como a patologia oral, pacientes medicamente comprome- tidos e a prevenção em saúde oral. Não serão esquecidos temas como a educação e até a “Fake Science” contidas nas publicações e jornais científicos. 

Teremos dois palestrantes portugueses o Dr. Luís Pedro Ferreira, membro da direção do Colégio de Especialidade de Odontopediatria, que nos falará sobre o diagnóstico e abordagem terapêutica de dentes supranumerários, a a Dra. Teresa Pinho que nos abordará a área da ortodontia interce- tiva com alinhadores Invisalign. 

O JornalDentistry — Que eventos sociais, extra congresso, estão a ser preparados? 

A par do programa científico, e como já é tradição nos congressos da EAPD, haverá um programa social muito apelativo. No dia do pré-congresso (quarta-feira dia 15 de junho), está a ser preparada uma sessão solene de abertura, no auditório principal, seguida por um cocktail de receção, na área de exibição e foyer. Na sexta-feira dia 17 de junho temos reservado um jantar de gala e a festa oficial do con- gresso, no SUD Lisboa.