JornalDentistry em 2022-11-18
Evento está dividido em vários auditórios e salas, oferecendo um leque variado de temas como Endodontia, Implantologia e temas mais sociais como a emigração e os limites da medicina dentária. A Expodentária também já abriu
O 31º Congresso OMD e Expodentária já arrancou na FIL, em Lisboa.
O primeiro dia ficou marcado por um leque abrangente de apresentações divididas por quatro auditórios e duas salas.
Este último espaço, designado “Ordem do dia”, foram abordadas algumas questões mais sociais da área da medicina dentária, como a multidisciplinaridade.
Numa conversa moderada pela Dra. Susana Falardo Ramos, o Dr. Luís Rendinha, médico dentista e membro do American College of Prostodontists, o Dr. João Sobral Oliveira, ortoptista, apresentaram vários casos em que a multidisciplinaridade valorizou o papel do médico dentista, uma vez que a própria medicina dentária só é possível com trabalho realizado por outros profissionais de outras áreas.
A manhã seguiu com o tema sobre a literacia na área da medicina dentária.
Para a Dra. Célia Carneiro, vice-presidente do Conselho Geral da OMD, “a forma mais eficaz de chegar ao paciente é a comunicação eficaz”, que deverá ser simples, breve e credível. Caso contrário, podem surgir barreiras de comunicação como o stress e a instabilidade emocional que passa “uma linguagem não verbal confusa”.
Dr. Miguel Arriaga, chefe da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-estar na DGS, considera que falar de literacia nesta área é “um desafio extraordinariamente complexo”, que implica o conhecimento das pessoas, assim como motivação e competências. Assim, apresenta cinco passos na literacia de saúde, entre eles aceder, compreender, avaliar e aplicar. “Promover literacia em saúde resultará se pensarmos em ecossistemas promotores de literacia em saúde”, remata.
Para o Prof. Victor Assunção, Co-coordenador da Rede Académica de Literacia em Saúde, a literacia é no fundo um instrumento de educação que ajuda a prevenir e melhorar os comportamentos, sem esquecer o peso que hoje em dia a internet representa, alerta o Prof. Dr. Paulo Santos, presidente do Colégio de Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos. A Dra. María Llanes sublinha que o problema na comunicação está também relacionado com o ensino atual e com a forma como são apresentados os conceitos.
Com uma plateia constituída sobretudo por jovens, o debate sobre ‘emigração: opção ou obrigação?’ teve uma grande afluência, com a presença de médicos dentistas que abraçaram projetos de medicina dentária além-fronteiras e que quiseram deixar o seu testemunho.
Rita Saias, Consultora da Casa Civil do Presidente da República para a Juventude, Diálogo Intergeracional e Envelhecimento Ativo, apresentou uma visão mais macro sobre o estado da juventude em Portugal, considerando que as questões de emigração jovem são atualmente transversais a todas as áreas.
Alguns dos motivos apontados para justificar esta realidade passam pelo elevado número de médicos dentistas que saem todos os anos para o mercado, assim como a precariedade laboral e os baixos salários.
A última parte da “Ordem do Dia” ficou ainda marcada por um debate sobre a ‘Deontologia a pés juntos: erro médico e os limites da medicina dentária’ onde foram abordadas temáticas e casos que são zonas de limite, de ‘limbo’ dentro da medicina dentária. O Dr. Júlio Fonseca, Presidente da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular, Dor Orofacial e Sono (SPDOF), trouxe para cima da mesa a questão da competência setorial e como esta competência vai ser responsável por aquilo que é a evolução da medicina dentária. O erro como uma “oportunidade de correção” e de aprendizagem foi também levantado na discussão pelo Dr. José Frias Bulhosa, Vogal do Conselho de Deontologia e Disciplina da OMD. Numa altura em que as plataformas vieram facilitar a publicidade, e sobretudo o conteúdo que aqui se coloca, Danie, relembra que l Bulas Cruz, representante da OMD no Conselho Ético e Profissional de Odontologia “entre médico dentista e doente existe uma relação especial de confiança. O médico dentista deve fazer tudo o que esta ao seu alcance para que o doente consiga melhorar a sua saúde”.
A tarde ficou ainda marcada pela inauguração da Expodentária, que contou com a presença do ministro da Economia, António Costa Silva, e da artista plástica, Joana Vasconcelos.