O JornalDentistry em 2022-5-19
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) portuguesa organiza no Porto, a partir de amanhã, 20 de maio, a assembleia-geral do Conselho Europeu de Dentistas (CED)
O encontro do CED reúne durante dois dias, no Edifício da Alfândega, 110 delegados de 29 países.
Através de associações e ordens de médicos dentistas nacionais de 33 países europeus, o CED representa mais de 340 mil médicos dentistas.
O bastonário da OMD, Miguel Pavão, revela que “nesta reunião vamos definir os novos compromissos para a saúde oral no pós-pandemia, tendo em conta as consequências económico-sociais que a guerra na Ucrânia está a provocar. Apesar de haver realidades muito diferentes no espaço europeu, há fatores comuns a todos os países. Mesmo nos países da Escandinávia ou no Reino Unido, em que o acesso a consultas de medicina dentária é mais transversal a todas as camadas sociais, há margem para progresso”.
Miguel Pavão lembra que “foi há um ano precisamente na Alfândega do Porto que a presidência portuguesa da União Europeia realizou a Cimeira Social que fixou os objetivos para a década do Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Entre eles, está a redução da pobreza e da exclusão social. Só será possível retirar desta situação15 milhões de pessoas, incluindo 5 milhões de crianças, com políticas concretas na área da saúde oral. O combate à desigualdade social passa obrigatoriamente por garantir que toda a população na Europa tem acesso a consultas de medicina dentária, consultas regulares e de prevenção.”
O objetivo do CED é garantir que todas as políticas de saúde sejam da Comissão Europeia ou dos Governos dos estados-membros têm um capítulo concreto para a saúde oral.
O bastonário da OMD lembra que “Portugal é um dos países da União Europeia em que a população tem maiores carências nesta área. Apesar de todos os partidos políticos fazerem muitas promessas nas campanhas eleitorais para esta área, pouco concretizam quando chegam ao Governo. Queremos mudar este panorama e mostrar que sem saúde oral não há saúde em geral. E os mais afetados por esta lacuna são os mais pobres”.