O JornalDentistry em 2019-3-30
A Associação Lusófona de Assistentes e Técnicos de Medicina Dentária realiza, no próximo dia 13 de abril, em Lisboa, o seu III Congresso.
Sandra Duarte, presidente da ALDATMD
O evento marcadamente multidisciplinar, tem como principal missão expandir os horizontes da medicina dentária através de um programa científico onde diversidade é a palavra de ordem. Sandra Duarte, presidente da ALDATMD, enaltece as principais inovações do congresso.
O JornalDentistry –Quais os objetivos do III Congresso Anual da ALDATMD?
Sandra Duarte – Dotar todos os congressistas de novas técnicas e metodologias em medicina dentária, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista pessoal e social inerentes ao exercício da sua profissão, de modo a termos cada vez mais profissionais mais sapientes e competentes, contribuindo assim para uma ótima interação entre todos os intervenientes (assistente/técnico dentário, médico dentista/estomatologista, técnico de prótese dentária e paciente).
O JornalDentistry – Quantas pessoas esperam receber?
Sandra Duarte – Estamos convictos de que, tal como em eventos anteriores da ALDATMD, teremos uma forte adesão por parte de assistentes/técnicos dentários, e aspirantes a sê-lo, e por médicos dentistas/estomatologistas que pretendam capacitar os seus assistentes de maiores competências profissionais apostando assim na formação dos mesmos.
O JornalDentistry – Quais as principais preocupações da associação aquando da elaboração do programa científico do evento?
Sandra Duarte –Uma das nossas principais preocupações de sempre é a escolha de temas instigantes com o objetivo de proporcionar aos assistentes/técnicos dentários uma gama de conhecimentos afim de promover a atualização e capacitação dos mesmos. Neste III Congresso da ALDATMD quisemos inovar e não repetir temas. Para isso, tivemos o cuidado de escolher profissionais de várias áreas de atuação (em medicina dentária) como nossos palestrantes e aos quais agradecemos desde já.
O JornalDentistry – O que destacaria do programa científico do III Congresso Anual da ALDATMD?
Sandra Duarte –A destacar, essencialmente, a fantástica interação que deve existir entre profissionais de várias categorias profissionais, no fundo representados por cada um dos palestrantes que escolhemos: assistentes dentários, médicos dentistas, técnicos de prótese dentária, entre outros profissionais de medicina alternativa. E é nesta interação que acreditamos assentar um dos pilares fundamentais para o sucesso em medicina dentária.
O JornalDentistry – Porque decidiram abordar o tema da medicina tradicional chinesa em medicina dentária?
Sandra Duarte –Por ser algo diferente, inovador e que está cada vez mais em ascensão, sendo já em alguns casos abordada no âmbito da medicina dentária.
O JornalDentistry – Como pode a medicina tradicional chinesa auxiliar os tratamentos dentários?
Sandra Duarte –A medicina tradicional chinesa deve ser encarada como uma terapêutica complementar aos métodos dentários (ditos mais convencionais). Pode até não eliminar as causas nem os efeitos da doença, mas olha para o organismo como um todo, baseando a sua terapêutica no reequilíbrio das energias, reforçando as defesas do organismo. Engloba várias técnicas de tratamento como acupunctura (que consiste na inserção de agulhas com intenção terapêutica, em pontos que se distribuem ao longo de canais chamados meridianos e que percorrem todo o corpo); fitoterapia chinesa (utilização de ervas com efeitos vários no organismo) e o Tuiná (massagem terapêutica com efeito estimulante ou relaxante conforme os casos). Particularmente em medicina dentária reconhecem-se os efeitos benéficos da medicina tradicional chinesa no âmbito do controlo da dor e da ansiedade, tanto no pré-tratamento como na dor pós-operatória dos diversos procedimentos clínicos.
O JornalDentistry – As softskills são outro tema abordado no Congresso. Porque são importantes na medicina dentária?
Sandra Duarte –Em medicina dentária tal como em qualquer profissão existem as competências técnicas e as “softskills” ou também designadas como inteligência emocional. Da conjugação destes dois conhecimentos é esperado o sucesso do tratamento. Assim sendo, o desempenho do médico dentista/estomatologista e de toda a equipa será influenciado, não só pelos seus conhecimentos técnicos, mas também por caraterísticas que não fazem parte dos programas de licenciatura, tais como traços de personalidade, habilidades sociais e de comunicação e empatia, fundamentais na elaboração do diagnóstico e plano de tratamento adequado.
O JornalDentistry – O tema da reabilitação oral também será abordado. Porque é importante levar este tema aos assistentes dentários e TPD?
Sandra Duarte –Uma vez que a medicina dentária tem vindo a evoluir cada vez mais em relação aos materiais dentários, assim como o seu manuseamento e técnicas de espatulação, cabe ao assistente/técnico dentário estar informado desta evolução tal como o apoio direto ao médico dentista/estomatologista na prontidão dos trabalhos executados na reabilitação oral de cada paciente. Irão ser abordados vários casos clínicos, usando diversas técnicas e materiais dentários e o seu manuseamento.