JornalDentistry em 2023-10-17
A iniciativa anual organizada pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária arrancou esta sexta-feira, dia 13, em Oeiras. O bastonário da Ordem dos Médicos fez questão de marcar presença para falar sobre as novidades do Orçamento de Estado na saúde oral.
Inovação e digitalização na medicina dentária é o mote para a 43ª edição do Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), que decorre esta sexta-feira e sábado, dias 13 e 14, em Oeiras. O evento regressa ao Centro de Congressos do Lagoas Park, por onde vão passar dezenas de oradores para partilhar a sua experiência, o seu conhecimento e debater as novas oportunidades na saúde oral.
O Dr. João Silveira, presidente da Comissão Organizadora, fez questão de lembrar que os profissionais do sector vivem “tempos desafiantes”, com grandes evoluções tecnológicas e avanços que implicam maior aposta na formação contínua. Por outro lado, o também professor quis evidenciar a preocupação do evento com a sustentabilidade. “Desde o lançamento da primeira pedra deste evento que apostamos forte na diminuição da nossa pegada carbónica”, disse.
Sobre a importância da aprendizagem ao longo da vida, o Dr. Jaime Portugal, presidente da Comissão Científica, lembrou que “a SPEMD tem disponibilizado um vasto leque de ações de formação” e que, mais uma vez, reúne neste congresso “um conjunto muito vasto de palestrantes”. “A medicina dentária representa uma área de saber que está em constantemente evolução. É uma evolução muito rápida e obriga a que os profissionais estejam constantemente atualizados”, acrescentou. A partilha do conhecimento foi uma das principais preocupações no desenho do programa desta 43ª edição, a que se candidataram 143 trabalhos, tendo sido aceites 122 que estão expostos até sábado. “São trabalhos com enorme qualidade”, garante o responsável.
O Dr. Duarte Marques, presidente da SPEMD, assinalou os mais de 100 anos de história da sociedade científica e afirmou que é “graças às novas gerações” que a SPEMD “se encontra hoje em franco crescimento”. O líder da sociedade diz mesmo que o número de novos associados triplicou em 2023 face ao ano passado. “A SPEMD é uma sociedade que vos recebe de braços abertos”, assegura.
Mais saúde oral no Orçamento de Estado
No final de uma semana marcada pela apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2024, o papel da medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde foi um dos temas em destaque na sessão de abertura deste congresso. O Dr. Miguel Pavão, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), espera que “num futuro muito próximo” os médicos dentistas possam fazer “a sua integração no SNS”, em especial nos cuidados de saúde primários e em ambiente hospitalar, para aumentar o acesso da população à saúde oral. Nesta proposta de OE apresentada pelo Governo na passada terça-feira, a saúde oral é referida. “É com ponderada satisfação que a OMD considera que a saúde oral sai reforçada com o OE para 2024, apesar de no documento haver apenas uma referência condicionada a quatro linhas num documento de 407 páginas”, afirma.
No entanto, o bastonário da OMD aplaude o alargamento dos gabinetes de saúde oral nos centros de saúde e a revisão do Cheque-Dentista, cujo valor será revisto. “Ao fim de 11 anos sem sofrer atualizações, é mais do que justo que o valor do Cheque-Dentista seja agora revisto e complementado com o Cheque-Prevenção e Cheque-Reabilitação Oral”, aponta.
O primeiro dia do 43º Congresso SPEMD arrancou com diversas palestras ligadas à evolução tecnológica em várias áreas da medicina dentária, mas também com uma tarde dedicada à importância da investigação científica. Os médicos dentistas Dra. Inês Francisco, Dr. Jorge Martins, Dr. Paulo Júlio Almeida, Dr. Pedro Conceição, Dr. Pedro Rodrigues e Dr. Tiago Marques foram os responsáveis por partilhar novo conhecimento e avanços científicos com a plateia, que juntou colegas de profissão e estudantes.