JornalDentistry em 2022-11-19
Sessão de abertura contou ainda com discursos da presidente da comissão organizadora, a Dra. Teresa Alves Canadas, assim como com o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão, no mesmo dia em que foi revelado o Barómetro da Saúde Oral 2022.
O segundo dia de 31º Congresso OMD ficou marcado pela sessão de abertura, que decorreu no auditório A e contou com a participação da presidente da comissão organizadora do Congresso OMD, a Dra. Teresa Alves Canadas, assim como com o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão, e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
No dia em que foi publicado o mais recente Barómetro da Saúde Oral 2022, que revela que menos de um terço dos portugueses tem dentição completa, o ministro da saúde admitiu a necessidade de avaliar o programa do cheque dentista e “debruçar sobre os resultados do programa”.
As conferências sobre “A Ordem do Dia” arrancaram com o tema sobre o estado da saúde oral em Portugal.
Num painel moderado pela jornalista Patrícia Mouzinho, responsável pela reportagem “Sorrisos Amarelos” sobre o estado da medicina dentária, Miguel Pavão, Bastonário da Ordem dos Médicos, começou por admitir que “por muito que faça nestes quatro anos, nunca vou conseguir compensar ao nível de políticas de saúde oral”.
Numa altura em que se discute cada vez mais a importância da saúde oral no setor público, o Dr. José Frias Bulhosa relembra que “setor público e privado não competem, complementam-se” e que, por isso, deve haver uma estratégia para a medicina dentária.
A ausência de uma carreira e os falsos recibos verdes foram dois dos principais problemas apontados durante a discussão. Para António Colaço, médico dentista, Presidente da Assembleia Geral do Sindicato dos Médicos Dentistas, é cada vez mais importante incluir a medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde.
Outro dos grandes temas do dia trouxe à discussão o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral. Criado em 2006, o cheque-dentista pretendia facilitar o acesso de parte da população a cuidados de saúde oral. Com o objetivo de obter uma perspetiva dos médicos dentistas sobre o PNPSO, foi realizado um inquérito onde mais de 64% dos inquiridos afirmou que não utiliza o cheque dentista porque não considera que seja possível fazer um trabalho de qualidade com o valor disponibilizado no cheque.
O Dr. Manuel Neves, membro do Conselho Diretivo da OMD, defende que é necessária a atualização do pagamento do cheque dentista, assim como a sua reestruturação, de forma a “colocá-lo transversal a toda a sociedade portuguesa”, opinião também defendida pelo Prof. António Mano Azul, que considera que tem de ser usado “em termos de parceria”.
Prova disso são ainda os dados que mostram também que mais de 93% dos inquiridos considera que o cheque-dentista deve ser mantido, mas com alterações.
“Não podemos olhar para o cheque-dentista como forma de sustentar uma clínica”, sublinha também o Dr. Miguel Pita Alves, que defende a existência do programa “em todos os cantos do país” de forma a facilitar o acesso aos tratamentos de pacientes, uma vez que considera que a importância da iniciativa vai variar também consoante a zona do país, com as áreas mais interiores a atribuírem um elevado valor ao cheque-dentista.
O tema sobre a resiliência económica da medicina dentária em tempos de incerteza foi também discutido por Rui Constantino, do Banco Santander e pelo professor Luís Serra Coelho. Os valores apresentados mostram que, apesar da realidade, o setor manteve-se com elevados níveis de rentabilidade.
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