JornalDentistry em 2023-10-30
A Sociedade Portuguesa de Ortodontia organizou, entre 26 e 28 de outubro, a 29ª edição do seu congresso anual em Oeiras. As dificuldades enfrentadas pelos profissionais e as novas conquistas científicas foram temas centrais no programa.
O Centro de Congressos do TagusPark, em Oeiras, registou uma enorme afluência de médicos dentistas e outros profissionais do sector que quiseram, entre 26 e 28 de outubro, marcar presença na 29ª edição do Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia (SPO). Ao longo de três dias, debateram-se os desafios da profissão e os avanços no conhecimento científico sobre técnicas e procedimentos.
Na sessão solene de abertura, a Dra. Maria Cristina Faria Teixeira, presidente da Comissão Organizadora do XXIX Congresso da SPO, afirmou que o objetivo do encontro era “criar um debate sobre os desafios contemporâneos” para contribuir para “o esclarecimento e progresso da ortodontia em Portugal”. “O Congresso é já considerado um dos mais reconhecidos eventos científicos nacionais e internacionais na comunidade ortodôntica graças ao trabalho daqueles que antes de nós edificaram tão ilustre instituição”, disse.
Para a responsável, o recorde “histórico” de inscrições registado este ano deve-se “à seleção dos oradores” e à qualidade da programação desenhada para esta edição, que contou com cerca de 500 participantes.
A Dra. Ana Teresa Coelho, que subiu ao palco em representação do presidente do Colégio de Estomatologia da Ordem dos Médicos, assinalou que existem hoje 581 médicos especialistas em estomatologia em Portugal que estão “representados no Sistema Nacional de Saúde com 27 serviços hospitalares de estomatologia”. Contudo, também a “ortodontia tem um lugar especial na nossa estrutura” e a SPO é, afirmou a Dra. Ana Teresa Coelho, “o exemplo cabal de como duas profissões que se unem no bem comum” em prol dos doentes.
A representante da Ordem dos Médicos quis ainda deixar uma palavra de apoio a todos os colegas do SNS. “Gostaria também de aproveitar esta oportunidade para endereçar uma palavra de apoio a todos os médicos do SNS que estão na luta pela carreira médica, por condições de trabalho dignas e que, infelizmente, neste processo está a ser colocada em causa a sua seriedade e a sua honestidade intelectual. É tempo de continuar a defender e dignificar as nossas profissões, de fortalecer as nossas interligações como garantia de dar o melhor tratamento e qualidade de vida aos nossos doentes”, declarou.
Eleita presidente da direção da SPO em novembro de 2022, a Prof. Dra. Helena Afonso Agostinho endereçou os seus agradecimentos aos anteriores líderes da sociedade e afirmou querer “continuar a respeitar o vosso trabalho”. Entre as boas notícias que quis partilhar com a audiência, a presidente da SPO assinalou que, este ano, “duplicámos o número de sócios ativos”.
“O tema deste ano foi o poder da escolha. Nunca houve tanto acesso ao conhecimento. Somos insistentemente presenteados com novas ferramentas, técnicas, ferramentas de inteligência artificial, entre outros. O futuro é hoje, não esquecendo o passado”, afirmou.
A sessão de abertura não terminou sem a intervenção do Dr. Miguel Pavão, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, que deixou um recado ao presidente da Câmara Municipal de Oeiras. “Queria levar os cumprimentos ao nosso presidente Isaltino Morais, sabendo que Oeiras tem restaurantes maravilhosos, mas também é importante que tenha locais de promoção da saúde oral nas escolas”, sugeriu. O Dr. Miguel Pavão referiu ainda a importância de deixar a decisão sobre as intervenções de saúde oral a cargo dos médicos dentistas, que não podem nem devem ser substituídos pelas novas ferramentas ao dispor da medicina dentária. “A saúde do paciente é e deverá ser sempre a nossa prioridade. O papel do médico dentista tem de ser sempre respeitado no diagnóstico e no tratamento”, defendeu.
Por: Francisco Almeida