2015-7-23
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) publica este sábado, em alguns dos principais jornais nacionais, uma carta aberta aos candidatos a deputados à Assembleia da República a alertar para a reiterada ausência de soluções de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde e para a dificuldade da população, sobretudo da mais desfavorecida, em aceder a cuidados de saúde oral.
Carta aberta aos candidatos a deputados à Assembleia da República
Numa altura em que se começam a debater os programas eleitorais dos partidos políticos candidatos às eleições legislativas deste outono, a OMD manifesta total disponibilidade para encontrar soluções que corrijam os problemas atuais. A carta sublinha que o Serviço Nacional de Saúde quando foi criado, em 1979, deixou de fora a saúde oral e, até hoje, nunca foi implementada, por nenhum governo, uma solução integrada que garanta consultas de medicina dentária a todos os portugueses. O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, que assina a carta, sublinha que existe “uma visão, profundamente errada, que separa a saúde oral da saúde no seu todo e acarreta enormes custos para os indivíduos, mas também para o Estado. Nomeadamente em termos de saúde pública, absentismo laboral e escolar, afetação das funções da mastigação, fala, autoestima, interação social, estética, de entre muitas outras que realizamos através da boca, dentes, maxilares e estruturas anexas. É de há muito referenciada pela Organização Mundial da Saúde a relação entre a saúde oral e a saúde em geral. Particularmente entre a cárie dentária, a doença periodontal (das gengivas) e as doenças crónicas, como diabetes, doenças cérebro vasculares, doenças respiratórias e cancro”. O sucesso do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) que atribui o cheque-dentista, com resultados comprovados e muito positivos, sobretudo junto da população escolar abrangida, leva a OMD a defender o alargamento do programa à totalidade dos jovens até aos 18 anos. A OMD considera ainda que deve ser avaliada a inclusão no programa de doentes com diabetes, dada a relação intrínseca entre o controlo da doença e a saúde oral. Igualmente urgente é a necessidade de garantir às centenas de milhar de pessoas sem dentes a possibilidade de reabilitação, bem como a criação de um cheque-dentista de “urgência”, a disponibilizar em consultórios aderentes para dar resposta às situações recorrentes de dor e trauma dentário. |