O JornalDentistry em 2017-8-08

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BTI realiza formação sobre Apneia do sono e Roncopatia

A formação, dirigida a médicos dentistas, estomatologistas e cirurgiões maxilofaciais, colocou em destaque os principais distúrbios do sono que afetam atualmente a população, com especial enfoque na apneia do sono e roncopatia

Dra. Gabriela Zamora.

São mais de 90 as patologias do sono que podem afetar a população. As mais comuns prendem-se com a narcolepsia, que se carateriza pela excessiva sonolência durante o dia, com episódios intermitentes e incontroláveis de adormecimento; insónia, a incapacidade de dormir; e a apneia do sono, que consiste na cessação do fluxo respiratório durante o sono por mais de 10 segundos e mais de cinco vezes por hora devido ao colapso da via aérea superior. 
O surgimento e prevalência destas patologias pode ser explicado pelo estilo de vida moderno da população, que está cada vez mais sob grandes níveis de pressão e stress, tanto ao nível da sua vida pessoal como profissional. Ao mesmo tempo, estes problemas relacionados com o sono têm um impacto bastante significativo no quotidiano dos pacientes. No caso da insónia, problema que afeta 20% da população, sendo que cerca de 15% destes pacientes se encontram medicados, a medicação aporta efeitos nocivos para os pacientes, que encontram limitações na execução de tarefas do seu dia-a-dia, tais como conduzir, por exemplo. Outra das patologias do sono que mais preocupa os profissionais de saúde é o transtorno de conduta na fase REM (que se carateriza por uma intensa atividade cerebral e movimentos rápidos dos olhos). Este problema carateriza-se pela ocorrência de pesadelos nos quais as pessoas passam por situações de extremo stress que as levam a gritar, chorar, ou a ter comportamentos agressivos durante o sono. Embora estes pacientes possam ser medica- dos, a medicação apenas controla a doença, não a curando, e os especialistas estimam que mais de 90% dos pacientes que sofrem deste transtorno possam vir a sofrer da doença de Parkinson no futuro. 

Apneia do sono: alta prevalência, pouca informação 
A apneia do sono é outra das patologias mais prevalentes e que, de acordo com a Dra. Gabriela Zamora, neuropsicóloga que dirigiu a formação realizada pela BTI, tem vindo a avolumar-se nos últimos tempos. Na realidade, todos somos afetados por episódios noturnos de apneia. No entanto, esta passa a ser caraterizada de patologia do sono quando a sua ocorrência é registada mais de cinco vezes por hora. Tal como explicou a neuropsicóloga, a apneia do sono pode estar relacionada com diversos fatores, sendo que os mais comuns se prendem com o tabagismo, consumo de álcool à noite, excesso de peso, ou devido a alterações ao nível da cavidade oral. 
“Em Portugal ainda não existe muito conhecimento sobre a apneia do sono”, referiu a Dra. Gabriela Zamora em decla- rações a O JornalDentistry. A neuropsicóloga enalteceu a importância da formação dos médicos dentistas, bem como de outros profissionais de saúde oral, aliada à criação de unidades do sono multidisciplinares. 
“Uma unidade do sono, para conseguir oferecer o melhor diagnóstico e tratamento aos seus pacientes, tem obrigatoriamente de ter integradas diversas especialidades de saúde”, salientou a Dra. Gabriela Zamora. Medicina dentária, psicologia, otorrinolaringologia foram algumas das especialidades identificadas pela neuropsicóloga como essenciais para uma unidade do sono capaz de dar resposta às patologias dos pacientes. 
O papel do médico dentista foi apontado pela Dra. Gabriela Zamora como fundamental. “O médico dentista tem acesso total à cavidade oral dos pacientes e pode intervir desde o primeiro momento”, afirmou. Efetivamente, dado que muitas vezes a apneia do sono e a roncopatia têm origem em problemas anatómicos da cavidade oral, estes profissionais têm a possibilidade de agir precocemente e encaminhar os pacientes para o tratamento especializado. 
Nesse âmbito, a BTI destacou o seu novo sistema para diagnóstico e tratamento da apneia do sono e da roncopatia (APNiA®), que tem tido um papel fundamental no diagnóstico destas patologias. Este novo sistema permite que os pacientes com apneias leves e moderadas possam ser diagnosticados e tratados nas clínicas de medicina dentária. Composto por um dispositivo eletrónico de diagnóstico que o paciente leva para casa para monitorizar o sono, recorre a um software capaz de conhecer de forma automática a presença ou a ausência da patologia e o seu nível de gravidade. 
Por fim, o sistema apresenta ainda um dispositivo de tratamento intraoral (uma férula personalizada que evita que o paciente encerre as vias aéreas como forma de eliminar o ato de roncar). “Há no mercado dispositivos fáceis de utilizar, acessíveis economicamente a um espetro mais alargado de pacientes e isso com certeza terá uma influência direta na prevalência deste problema”, sublinhou a Dra. Gabriela Zamora. 

Diagnóstico em várias frentes 
Quando não tratada, a apneia do sono pode conduzir ao aumento da tensão arterial, problemas cardiovasculares, infertilidade e redução da líbido, entre outros problemas de saúde. Os problemas neurocognitivos, como a dificuldade de concentração, estão também associados à apneia do sono e é nesse sentido que a Dra. Gabriela Zamora alertou os profissionais para a importância de estarem atentos a crianças que apresentam hiperatividade ou défice de atenção, que podem ter origem em patologias do sono. 
A formação sobre estas patologias a profissionais de saúde é fundamental, mas educar os pacientes também é imperativo. “Os pacientes também precisam de formação sobre este tema e de estar alertados para os seus sintomas, para serem capazes recorrer a um especialista e receber o tratamento mais adequado”, reforça a Dra. Gabriela Zamora. 
Por outro lado, é fundamental a colaboração com unidades de sono, de forma a que os pacientes possam ter um seguimento multidisciplinar especialmente no que concerne a níveis de SAHA graves e nos leves e moderados com comorbilidades. 

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