O JornalDentistry em 2022-3-22
Ordens dos Médicos Dentistas e dos Nutricionistas lançam projeto social em parceria com a CIM Viseu Dão Lafões
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e a Ordem dos Nutricionistas (ON) estão a lançar o projeto “Comer Bem, Sorrir Melhor” que ao longo de 15 meses vai acompanhar 5 mil alunos, entre os 6 e os 10 anos, da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões (CIMVDL).
O projeto abrange os 22 agrupamentos escolares dos 14 municípios que integram a CIMVDL.
Dados nacionais mostram que 30% das crianças entre os 6 e os 8 anos têm excesso de peso, sendo que 12% tem obesidade e 45% tem cáries.
Com este projeto pretende-se avaliar a atual situação das crianças da CIMVDL e aferir, através de um questionário adaptado às suas idades, os seus conhecimentos alimentares e de higiene oral.
Uma carrinha devidamente equipada com médicos dentistas e nutricionistas vai visitar as escolas básicas da CIMVDL e fazer uma avaliação antropométrica dos alunos e da sua saúde oral. Na carrinha seguirá também um animador para realizar atividades lúdicas focadas na boa alimentação e nas melhores práticas de higiene oral.
Os médicos dentistas vão analisar o risco de cáries e se necessário aplicar flúor e selantes e os nutricionistas vão avaliar a altura, o peso e o perímetro abdominal para detetar o risco de obesidade.
Miguel Pavão, bastonário da OMD, explica que “as doenças orais partilham fatores de risco com as principais doenças não comunicáveis, como as patologias cardiovasculares, a diabetes ou o cancro, e estão estreitamente relacionadas com muitas delas. O que as estatísticas mostram é que em grupos socioeconómicos desfavorecidos a literacia em saúde é muito baixa e isso condiciona fortemente e negativamente os hábitos alimentares e de higiene oral das crianças com consequências para toda a vida”.
“O que pretendemos com este projeto”, refere ainda Miguel Pavão,” é quebrar o ciclo da pobreza com um foco na prevenção. Acreditamos que o autoconhecimento e a disponibilidade para as ações de prevenção podem ser fatores para combater as más práticas e melhorar a adesão às instruções médicas e o autocuidado, potenciando deste modo os resultados dos tratamentos. Cada vez mais, os profissionais de saúde devem trabalhar em função da prevenção, em detrimento do atual sistema que está focado, quase em exclusivo, na resposta assistencialista. Com este projeto queremos ter impacto na vida das crianças, mas também nos meios escolares e nas famílias, uma vez que pais e tutores vao também ser informados deste projeto, das suas mais valias e dos seus objetivos”.
Os alunos abrangidos pelo “Comer Bem, Sorrir Melhor” serão divididos em função de grupos de risco; baixo, médio, alto e extremo e a sua evolução traçada ao longo dos 15 meses que dura o projeto.
Estima-se que o “Comer Bem, Sorrir Melhor” vá realizar 10 500 consultas para acompanhar os 5 mil alunos.
O objetivo é chegar à última intervenção com 1 500 crianças (25% do total) a passaram de um risco alto ou extremo para um risco baixo ou moderado de desenvolver novas cáries, que haja uma redução da percentagem de crianças com excesso de peso e que aumente em pelo menos 5% o número de crianças que consome hortofrutícolas diariamente.
O projeto é cofinanciado pelo Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego, pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Social Europeu, contando ainda com o apoio da Colgate.