O JornalDentistry em 2020-6-22
Caros colegas. Desde o preâmbulo da nossa candidatura que deixamos claro que a lista C – João Neto, era constituída por clínicos, com desapego por cargos políticos.
Apesar deste desafio acarretar prejuízo pessoal e profissional, o facto de almejarmos por uma melhor Ordem de e para os Médicos Dentistas, constituía um grande estímulo.
A nossa classe está, infelizmente, num processo de desvalorização profissional, decadência do relacionamento entre pares e sem perspetiva de uma melhoria à vista. Consideramos que entrámos numa espiral negativa, e só a conseguimos inverter com uma OMD forte, unida e tomando medidas imediatas.
Na nossa opinião, só a nossa lista teria essa capacidade agregadora e propostas exequíveis no programa. Temos vontade e independência para executar o nosso programa, sem conflito de interesses. Era nosso desiderato contribuir para essa missão zelando pela dignidade, função social e prestígio profissional. Assim, pretendíamos representar todos os Médicos Dentistas assumindo uma liderança honrada na defesa da qualidade da Medicina Dentária e por conseguinte em prol dos doentes e da saúde oral.
Somos e seremos um grupo de colegas independentes que, sem personalizar o tema, não se revê no estado atual a que a nossa profissão chegou, nem se contenta com o trabalho desenvolvido pela nossa OMD nos últimos anos.
Sabemos que enquanto classe, somos capazes de fazer mais e melhor.
Verificámos que alguns dos nossos pontos programáticos afiguram-se agora noutros programas de outros candidatos e ainda bem que assim foi, pois, desta forma, já valeu a pena todo o nosso trabalho.
O planeamento da nossa candidatura foi pensado para as eleições inicialmente apontadas para o dia 12 de setembro de 2020, e fomos surpreendidos pela decisão da comissão eleitoral (CE), no sentido de anteciparem o evento eleitoral para o dia 27 de junho, principalmente nesta fase da limitação de movimentos atenta a pandemia Covid.
Em boa verdade, e em pleno estado de emergência, no dia 23 de Abril de 2020, o Prof. João Caramês faz o seguinte comunicado aos colegas: “sendo o limite legal para realização da assembleia geral eleitoral, o dia 30 de junho de 2020, determina-se que no dia 27 de junho de 2020 será realizado o ato eleitoral da OMD”.
Esta opção afetou de forma irremediável a organização da nossa Lista. Mas, mesmos assim, prosseguimos esse nosso objetivo.
Atentamos, logo no início, esclarecer dúvidas que resultavam da leitura do regulamento eleitoral, tentando, por diversas vezes, o contacto telefónico com a OMD (nomeadamente nos dias 4, 5, e 6 de Maio), sem sucesso, pelo que optamos pelo envio de email, tendo obtido como resposta a pura remissão para o texto dos Estatutos e Regulamento, o que muito contribuiu para o atraso na elaboração da nossa lista.
Todo o dossier da nossa candidatura foi executado por colegas Médicos Dentistas, em tempo record. Vimo-nos a braços com a indicação de pretensos erros e vícios, passíveis de correção. Contudo, cada correção efetuada servia para que, em reunião seguinte, fossem apontados novos vícios e correções a fazer.
Não obstante, e porque fomos obrigados a recorrer da decisão da Comissão eleitoral para o Conselho Deontológico e de Disciplina, eis que a Comissão Eleitoral decide remeter para todos os boletins de voto por via postal, apenas com duas listas. Sentimos que estávamos a ser excluídos. De resto, a data fixada - o dia 15 de junho de 2020 – como data limite para o envio, por via postal, dos boletins de voto, coincide com a data em que o nosso recurso foi rececionado.
Demos conta de toda esta factologia ao nosso atual bastonário, Exmo. Sr. Dr. Orlando Monteiro, a pedir esclarecimentos e intervenção, mas, até à presente data, não obtivemos qualquer resposta.
No entanto, para a história restam as atas da comissão eleitoral, que devem ser tornadas públicas para o escrutínio de toda a classe.
O processo terminou, para nós, nesta última semana.
Notoriamente a Ordem não é pensada, por quem tem o poder, para os médicos dentistas, mas sim para perpetuar o estado atual em que se encontra.
Poderíamos avançar com um processo de impugnação judicial das eleições, mas, atento o facto de estarmos a menos de 5 dias uteis do evento, certamente que tal traria alarido e poderia comprometer a boa imagem da classe. Por esse mesmo motivo, não extravasámos este caso para fora do nosso meio, incluindo a Comunicação Social, não obstante a insistência e interesse de muitos jornalistas.
Pautamos a nossa conduta por uma honestidade, cordialidade e elevação que achamos que a nossa classe merece.
Mas, não podemos deixar de repor a verdade dos fatos e de evidenciar as dificuldades que foram impostas à nossa Lista, quando, como estabelece o regulamento eleitoral, a comissão eleitoral deve assegurar iguais oportunidades a todas as listas concorrentes.
Uma última palavra e promessa a todos vós, médicos dentistas: não desistimos e iremos continuar!
Acreditamos que só com união, perseverança e solidariedade, é possível um percurso que devolva a lídima integridade, respeito, qualidade e ética à nossa profissão.
Acreditamos no futuro da Medicina Dentária.
Acreditamos em todos nós.
Obrigado a todos os colegas,