O JornalDentistry/Wisdom em 2016-4-27
Especialistas debatem experiência nacional da terapêutica da hepatite C e complicações da doença hepática crónica. Em Portugal apenas 30% dos indivíduos infetados pelo vírus da hepatite C estão identificados.
Em termos de saúde pública, a terapêutica para a hepatite C só pode ser considerada um bom investimento se se fomentar o diagnóstico, a prevenção, a vigilância dos grupos de risco e uma maior acessibilidade ao tratamento.
O tumor maligno do fígado encontra-se no ranking das dez causas de morte mais frequentes em Portugal, ocupando a 8ª e a 9ª posições nas faixas etárias dos 45-64 anos e dos 65-74 anos respetivamente.
O cancro do fígado ocorre a uma taxa de 2-4% por ano nos doentes com cirrose hepática.
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) organiza nos dias 28 e 29 de abril, no Sheraton Porto, o Congresso Português de Hepatologia 2016 e a 16ª Reunião Anual da APEF tendo como principal objetivo debater a experiência nacional da terapêutica da hepatite C e as complicações da doença hepática crónica.
No âmbito do Congresso serão partilhadas as experiências e debatida a temática da hepatite C. Porquê?
1)Porque persistem doentes para os quais urge maior e mais ampla acessibilidade terapêutica, nomeadamente os doentes com cirrose;
2)Porque se pensa que em Portugal apenas 30% dos indivíduos infetados pelo vírus da hepatite C estão identificados, são necessários esforços para aumentar as taxas de diagnóstico precoce;
3)Porque é imperativo reduzir a transmissão e a morbilidade e mortalidade causadas pela hepatite C e minimizar o seu impacto pessoal e social;
4)Porque na infeção crónica pelo vírus da hepatite C, podem passar-se décadas entre o momento em que os doentes adquirem a infeção e desenvolvem cirrose. Temos que intervir precocemente tratando a infeção e mudando comportamentos. Caso contrário, quando tratarmos eficazmente a infeção o doente já está num estadio avançado de doença do fígado, até mesmo de irreversibilidade.
As doenças do fígado podem progredir de uma fibrose leve para cirrose e cancro do fígado e a cirrose compensada pode evoluir ao longo do tempo para cirrose descompensada colocando os doentes em risco de vida. O cancro do fígado ocorre a uma taxa de 2-4% por ano nos doentes com cirrose hepática. O tumor maligno do fígado encontra-se no ranking das dez causas de morte mais frequentes em Portugal, ocupando a 8ª e a 9ª posições nas faixas etárias dos 45-64 anos e dos 65-74 anos respetivamente.
O doente crítico hepático e o carcinoma hepatocelular serão privilegiados em duas mesas redondas. Dado o potencial crescente de intervenção diagnóstica e terapêutica na área do doente hepático será ainda dedicada uma mesa à discussão das técnicas em hepatologia: como exemplo, o FibroScan® que é uma técnica não invasiva, indolor, que usa um sistema de ultrasons, utilizada para quantificar a fibrose do fígado e que representa um grande progresso na avaliação dos doentes hepáticos, especialmente naqueles com hepatite C.