O JornalDentistry em 2016-3-17
Os exames indicavam que não havia nada de errado com a paciente, mas o profissional suspeitou de um problema neurológico
Mariângela Rangel, psicóloga de 57 anos, descobriu o motivo de tanta dor de dente e de uma inexplicável fraqueza nas pernas que a acompanhava há algum tempo na consulta com o seu médico dentista no Brasil.
Tudo começou quando a psicóloga começou a sentir fraquesa nas pernas nas pernas e dificuldade para conter a urina. Preocupada, consultou alguns médicos especializados e fez diversos exames que não revelaram qualquer problema problema algum.
Mariângela também sentia muitas dores nos dentes. “Era insuportável, eu não conseguia colocar o garfo na boca”, conta. Mas os exames dentários também não indicavam problemas orais.
Porém, a situação ficou alarmante. “Eu sofri dois acidentes de carro em 15 dias. Eu simplesmente não consegui apertar os freios. Na primeira vez, culpei o carro. Mas na segunda, percebi que foram minhas pernas que falharam”, conta a psicóloga.
Segundo os resultados dos exames estava ótima, contudo as as dores pioravam. Alguns médicos começaram a encarar o problema como emocional.
Mas foi graças aos conhecimentos do seu médico dentista dentista que a situação ganhou um novo rumo. Depois de analisar o problema, conseguiu um possível e preciso diagnóstico.
Encaminhou a paciente para um neurologista, pois achou que poderia estar a sofrer de um problema no sistema nervoso.
Depois de mais uma bateria de exames de foro neurológico, detetaram um quisto no cérebro.
A localização era próxima ao nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade da face. Quando o ramo mandibular do trigêmeo é o afetado, as sensações sentidas são facilmente confundidas com uma dor de dente muito forte.
Dependendo da sua localização, um quisto no cérebro também pode causar cegueira, dores de cabeça, convulsões, problemas de equilíbrio, mudança no estado mental e até algum tipo de paralisia. Esse último exemplo explica a fraqueza nas pernas que Mariângela sentia.
Como o quisto estava localizado numa área de díficil acesso os médicos optaram por não retirá-lo. Fizeram apenas uma limpeza local e colocaram um aparelho para drenar o líquido que o quisto costuma produzir.
Hoje depois de meses de recuperação e de sessões de fisioterapia para voltar a aprender a andar, Mariângela não sente mais nada. “Acabaram as dores de dente, a fraqueza nas pernas, tudo. No meu dia a dia eu nem lembro que tenho um quisto e devo isso ao meu dentista, que foi o único que conseguiu ver além dos resultados dos exames”, comenta a psicóloga.
Fonte: Terra (Brasil)
Artigo original: saude.terra.com.br/