2014-6-27
Apesar de vários estudos prévios terem já estabelecido a presença de biomarcadores de doenças específicas na saliva, tais como cancro de mama e de pulmão, a utilidade dos testes salivares para a deteção de doenças tem sido um conceito muito indeterminado até à data. Numa pesquisa recente, cientistas dos Estados Unidos da América (EUA) determinaram novas evidências da validade de diagnósticos salivares em doentes com cancro do pâncreas.
Convencionalmente, o cancro do pâncreas é diagnosticado através de uma biópsia invasiva e complicada. No entanto, o estudo de alguns investigadores da área da medicina dentária na Universidade de Califórnia, em Los Angeles, pode levar à criação de uma nova ferramenta de diagnóstico, não-invasiva, que permitirá que clínicos e oncologistas detetem a doença através de um simples teste de saliva.
Na sua investigações, os cientistas conseguiram validar a presença de biomarcadores do cancro pancreático na saliva, demonstrando que moléculas extracelulares de RNA derivadas de tumor são transportadas através de vesículas (exosomas) que se originam no tumor e que são reprocessados para a saliva como biomarcadores. Acresce ainda que os investigadores detetaram que a supressão destas exosomas resultava na redução destes biomarcadores específicos na saliva.
”Esta investigação é bastante significativa porque fornece credibilidade aos mecanismos da deteção de doenças sistémicas na saliva”, referiu David Wong, investigador coordenador da equipa que recebeu, recentemente, recebeu um donativo de 5 milhões USD do National Institutes of Health, de forma a explorar o campo dos diagnósticos salivares e desenvolver uma ferramenta que ajude na detecção de cancro do estômago. |