O JornalDentistry/BA&N em 2017-3-20
Hoje, dia Mundial da Saúde Oral, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD refere que “os maiores beneficiários do programa são sem dúvida as crianças e jovens, especialmente aos sete, dez e 13 anos, que no total, desde 2008, já utilizaram mais de dois milhões e 300 mil cheques.
O ideal seria até que o programa abrangesse crianças a partir dos três anos. Os resultados do programa na infância são extraordinários e já permitiram a Portugal ultrapassar metas da Organização Mundial de Saúde previstas para os 12 anos em 2020. Hoje, as crianças portugueses, que beneficiam do cheque dentista, têm menos cáries e sobretudo são tratadas atempadamente e ensinadas a prevenir a doença, com todos os ganhos futuros que isto acarreta. O que queremos é que esta aposta precoce na saúde oral se estenda depois na vida adulta, para que não se repitam situações como as que existem atualmente de tantos idosos sem um único dente”.
Na categoria de saúde infantil, para crianças com menos de seis anos, foram utilizados 16.231 cheques dentistas, enquanto nas crianças com sete, dez e 13 anos o programa permitiu a realização de 284.664 consultas. A que se somam mais 6.173 nas crianças em idades intermédias, ou seja, oito, 14 e 15 anos.
O programa abrange ainda portadores de VIH/Sida que utilizaram no ano passado 1.375 cheques dentista, e no caso dos idosos foram utilizados 7.989. De salientar que no caso dos idosos o programa apenas se aplica aos que recebem o complemento solidário. Já as grávidas utilizaram 79.688 cheques dentistas.
O alargamento do programa aos 18 anos começou apenas em março, tendo sido utilizados 1.215 cheques dentistas dos 1.676 emitidos.
“Um número ainda aquém do seu potencial”, como refere o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), explicando que “é uma situação que se tem repetido sempre que há um alargamento dos beneficiários a novas camadas da população. Os dados referentes ao cheque dentista para os 18 anos estão diretamente relacionados com o fato de ser um programa muito recente; poucas pessoas sabem da sua existência. Além disso, é um cheque que implica uma pró-atividade dos próprios beneficiários para os solicitar, o que não tem acontecido, e por isso o número de utilizadores ainda é baixo”.
Para Orlando Monteiro da Silva “é preciso reforçar a acessibilidade dos portugueses a cuidados de saúde oral. O PNPSO através do cheque dentista tem, apesar de alguns alargamentos, uma abrangência limitada, e Portugal é, segundo dados do Eurostat, o país da União Europeia onde menos se vai a consultas de saúde oral com todos os custos que isso tem para a saúde em geral. O caso dos diabéticos é o mais conhecido, pela sua ligação à saúde oral, mas também nos doentes cardiovasculares para nomear duas das doenças que mais afetam os portugueses.”
No âmbito do PIPCO – Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral foram utilizados 1.604 cheques dos quais 756 resultaram em biópsias, um aumento de 18% face a 2015.
Desde o arranque do PNPSO, em 2008, já houve 2.609.560 de utentes beneficiados com o cheque-dentista, tendo utilizado um total de 3.158.251 cheques para consultas nos mais de 8 mil consultórios e clinicas dos 4.491 médicos dentistas que aderiram ao programa.
Ordem dos Médicos Dentistas: www.omd.pt