O JornalDentistry em 2018-11-21
Semana Europeia do Teste VIH-Hepatites 2018 celebra-se de 23 a 30 de novembro de norte a sul do país. Ao longo desta semana, será possível fazer o teste de VIH e hepatites virais em mais de 33 locais, geridos pelas 18 organizações da sociedade civil. Os testes são gratuitos, rápidos e anónimos.
Criada em 2013 pelo HIV in Europe, esta iniciativa, em que participam cerca de 700 organizações de base comunitária e instituições públicas e privadas a nível europeu, faz um apelo à comunidade para que reúna esforços durante uma semana e sensibilize a população sobre as vantagens do rastreio e de se conhecer o estatuto serológico para a infeção pelo VIH e hepatite B e C, tendo por lema Testar. Tratar. Prevenir.
Em Portugal, esta iniciativa é coordenada pela associação GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos – através do projeto Rede de Rastreio Comunitária que, em julho de 2018, foi selecionada para o primeiro compêndio de boas práticas da Organização Mundial de Saúde da Europa*.
Só fazendo o teste é possível conhecer o estatuto serológico para estas infeções. Atualmente, com um tratamento adequado é possível curar a infeção pela hepatite C. De igual modo, através de um tratamento precoce e eficaz para a infeção pelo VIH, é possível atingir carga viral indetetável, tornando assim o vírus intransmissível.
Esta semana permanece uma iniciativa única de trabalho conjunto e uma oportunidade quer de aumentar o número de testes rápidos realizados em contexto comunitário, quer de locais onde decorre o rastreio e a distribuição de preservativos e gel lubrificante.
Quem deve fazer o teste
A semana do teste é direcionada a comunidades em maior vulnerabilidade para o VIH e hepatites virais B e C. Estas populações incluem, mas não estão limitados a: homens que fazem sexo com homens (HSH), migrantes (incluindo pessoas originárias de países com maior prevalência), trabalhadores do sexo, reclusos e utilizadores de drogas injetáveis.
A situação na Europa
Atualmente, pelo menos 25% das 2,5 milhões de pessoas que vivem com VIH na Europa desconhece o seu estatuto serológico positivo para o VIH. Metade das pessoas que vivem com VIH são diagnosticadas tardiamente - o que atrasa o acesso ao tratamento.
As hepatites B e C são comuns entre as pessoas em risco e que vivem com VIH. Na Região Europeia da OMS cerca de 15 milhões de pessoas e 14 milhões de pessoas vivem com hepatite B e C, respetivamente. Como a doença é frequentemente assintomática e não tratada, a hepatite crónica é uma das principais causas de cirrose hepática e cancro do fígado. A maioria das pessoas com hepatite C permanece não diagnosticada e apenas uma pequena minoria na Europa (3,5%) recebe tratamento.
Estas estatísticas sugerem que é necessário fazer muito mais para incentivar os indivíduos que vivem com VIH e/ou hepatite, sem saber, a fazer o teste, para melhor direcionar as pessoas que possam estar em risco.
É importante que as pessoas em risco de VIH e/ou hepatite conheçam o seu estado serológico o mais rapidamente possível. Hoje, os avanços no tratamento do VIH significam que as pessoas que vivem com VIH podem viver saudáveis por um longo tempo se forem diagnosticadas precocemente e as pessoas com hepatite C podem ser curadas.
Todos estes dados permitem perceber que muitas pessoas não estão a fazer o teste antes de terem sintomas. Isto pode acontecer porque existem barreiras para pedir um teste, barreiras para oferecer um teste ou barreiras para a implementação das diretrizes europeias existentes para a realização dos rastreios. Isto apesar de os benefícios do diagnóstico precoce estarem bem documentados. Confirma-se, assim, a importância da realização da Semana Europeia do Teste VIH-Hepatite 2018.
— 2 tendas de rastreio no Príncepe Real (10h00-20h00)
— Unidade móvel na estação de Entrecampos (9h00-19h00)
— Mais de 33 locais de rastreio a nível nacional