2014-5-23
Pacientes com cancro oral ou submetidos a cirurgia ablativa estão a ser “empurrados” para o desemprego e para níveis mais elevados de depressão devido às sequelas da cirurgia
Estudos realizados em doentes diagnosticados com cancro da cabeça e pescoço revelaram que a taxa destes indivíduos com “emprego por conta de outrem” caiu em mais de 40%, cinco anos após o diagnóstico e que apenas um em cada três conseguiu manter o trabalho prévio. Os resultados destes estudos demonstraram ainda que estes doentes tinham menor bem-estar social e níveis mais elevados de depressão. As razões de os doentes desempregados, antes ainda do diagnóstico de cancro oral, não voltarem ao mercado de trabalho incluem também as repercussões ablativas da cirurgia, bem como altos níveis de hábitos etanólicos. Segundo os dados da instituição de solidariedade Cancer Research UK, ativa no Reino Unido, mais de 331 000 indivíduos foram diagnosticados com cancro em 2011, o correspondente a cerca de 910 pessoas por dia. Em relação ao cancro oral, as complicações são acrescidas. Enfrenta-se uma significativa diminuição de qualidade de vida, por limitação das funções da cavidade oral, de onde resultam distúrbios alimentares persistentes e depressão de longa duração. Mais de metade dos entrevistados (51,6%) relataram dificuldade no ato de mastigar, enquanto, em média, um em cada quatro sobreviventes da doença, há cinco ou mais anos, ainda relata problemas na fonação. A situação é semelhante quando se trata da saúde física e mental, com mais de um terço dos doentes (36,7% e 39,3 %, respetivamente) a continuar a evidenciar uma diminuta capacidade funcional passados cinco anos. |