Tempo difícil

Dúvidas e medos acompanham-nos a todos, incluindo cientistas, pensadores ou líderes globais

Não existem mecanismos que favoreçam a permanência na ociosidade. Existem receitas para tudo atualmente, para se estar em casa sem ficar entediado.

Acredito em rotinas planeadas, rigorosas ao ponto de serem observadas, em que se possa dividir o tempo como se estivéssemos no nosso local de trabalho.

Para ajustar isto precisamos de disciplina, como em tudo na vida, a fim de executarmos as tarefas.

Por analogia, com o dia a dia na clínica, tente inserir um planeamento estratégico de isolamento domiciliar, não de isolamento social. A internet favorece ambos. Permitindo que a usemos com uma amplitude extraordinária.

Vamos pensar numa agenda de trabalho, organizada em períodos e em procedimentos planeados, seguindo os tempos necessários, com uma sobra para as condutas de preparo entre atendimentos.

Quando se faz isso, consta na agenda o que vai ser feito naquele caso, os processos ficam implícitos.

Materiais e instrumentos também.

Produção e absorção intelectual selecionada vai favorecer o nosso crescimento profissional e cultural.

Leitura, estudos, cursos online, tudo pode ser combinado.

Exercitar o corpo ajusta-se também muito bem nesta agenda.

Vamos prezar pela pontualidade sem desprezar intercorrências, estas tão comuns nos nossos tratamentos e que acabam por nos levar a prolongar ou diminuir os tempos estabelecidos.

Procrastinar só porque não somos cobrados, por clientes e equipa, vai ser desastroso.

Os prazos estabelecidos precisam de ser cumpridos, as tarefas também. Muito bem feitas, pelo que se exige concentração total em cada uma delas.

Vamos estabelecer um intervalo para o lanche, para o café e para o relacionamento. O último pode estar associado as pessoas que estão na casa ou a contatos externos, por mensagens escritas de áudio e/ou vídeo. Já a alimentação deverá ser equilibrada,  se ainda não o é talvez seja um bom momento de regrá-la, sem exageros. Com a bebida a mesma coisa, atenção para os excessos.

Lembrem, diariamente na clínica, que precisamos de conversar e escutar os nossos pacientes. Faz parte da experiência.

Vamos ter hora para começar e para terminar o turno de trabalho. Mantenham a cronologia a qual já se acostumaram.

Acordem nos horários normais e durmam nos horários normais. No final do dia, estruturado e organizado, podemos pensar em recreação ou, no mínimo, desligamento das atividades do dia.

Final de semana pede distanciamento da normalidade imposta nos dias normais de trabalho.

Momento de relaxar mais, cometer alguns pequenos exageros, afinal não trabalhamos nestes dias e, principalmente, não somos de ferro.

Vai fazer-nos falta a presença de amigos e familiares.

Fisicamente. Visualmente podemos continuar a   encontrar-nos, talvez almoçando e jantando juntos.

Tudo é possível com a tecnologia que acaba por continuar a possibilitar a socialização.

Dica: esqueça, pelo menos um pouco, dos números. Pouco se pode fazer para         mudá-los agora.

 Este período vai passar. Acredite. Mesmo não sendo nada fácil, é possível superá-lo.

Tudo terá valido a pena se for aproveitado para mudar comportamentos em todas as áreas, do conhecimento, das atitudes, da convivência e do bem-estar.

Que a emoção, vinculada a tantas notícias complicadas, não se sobreponha à razão, que orienta o verdadeiro entendimento dos factos e que a serenidade, para nos posicionarmos corretamente, predomine.

Autor: Dr. Celso Orth: Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil. Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com

Autor: Dr. Celso Orth